Um estudo com 831 grávidas brasileiras da rede pública revela um dado preocupante: 20% delas apresentam sintomas de depressão ou ansiedade. Os pesquisadores da Universidade de São Paulo avaliaram mulheres entre o 5º e o 7º mês de gestação, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da região oeste de São Paulo.
Eles constataram que os sintomas, além de muito frequentes, causam prejuízo às atividades diárias das mulheres. "Infelizmente, a depressão e a ansiedade são pouco diagnosticadas pelos médicos e profissionais de saúde, ainda que existam evidências de que isso pode ter impacto adverso para a evolução da gravidez, resultando, por exemplo, em maior número de bebês prematuros e de baixo peso", comenta o ginecologista Alexandre Faisal, um dos autores da pesquisa e autor de um blog no UOL Ciência e Saúde. "Isso sem contar os efeitos sobre o bem-estar psicológico da futura mãe, já que depressão na gravidez associa-se com depressão pós-parto", acrescenta.
O estudo, publicado no periódico "Archives of Women's Mental Health", mostra que o problema está associado tanto a fatores sócio-econômicos, como desemprego, número maior de pessoas no mesmo domicílio e ausência de amigos na comunidade, como também a questões ligadas à própria gravidez, como ausência de planejamento e complicações obstétricas.
O ginecologista Alexandre Faisal destaca a necessidade de atenção integral à mulher, durante a gravidez, com ênfase, também, nos aspectos psicológicos e do preparo dos profissionais de saúde para a adoção oportuna de medidas terapêuticas. "O problema é muito sério já que pacientes com problemas psicológicos, em geral, têm muita dificuldade em pedir ajuda e médicos não se sentem preparados ou tem pouco interesse em abordar a questão", diz.
O médico explica que o tratamento da depressão e da ansiedade na gestação pode ser feito por meio de psicoterapia ou uso de medicamentos. No entanto, os dados sobre o uso dessas drogas por gestantes são controversos. Alguns apontam riscos fetais, enquanto outros, não, por isso a indicação deve ser criteriosa. "Muitas gestantes não aceitam bem o uso de medicamentos pelos eventuais riscos para o bebê, daí a necessidade de se avaliar se as terapias psicológicas, de diferentes linhas, são efetivas e se apresentam melhor relação custo-benefício", conclui.
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Há 6 horas
Eu acompanhei já por algumas vezes, mulheres que passaram por depressão durante a gestação e não sabia que o numero era tão alto assim.
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