sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Jalecos e uniformes podem transmitir doenças se não forem higienizados e armazenados de maneira adequada.

Uniformes e jalecos de profissionais que lidam com substâncias nocivas, se forem transportados e higienizados de maneira inadequada, podem ser foco de contaminação e facilitar a transmissão de doenças. O alerta é do Sindilav (Sindicatos de lavanderias e similares do municipio de São Paulo e região), que reúne 3,6 mil empresas de um dos mais importantes setores do país. A entidade luta para estender a todo o País uma lei - em vigor apenas no Estado de São Paulo - que obriga a lavagem profissional de uniformes.
Os diretores do Sindilav, Edson Di Nardi e Rui Sérgio Torres, estiveram recentemente em Brasilia visitando formalmente a Câmara Federal como representantes da entidade. Eles conversaram com deputados de diversos Estados e partidos. O objetivo é ampliar a abrangência da lei estudal que vigora em São Paulo e que obrigam empresas que operam com substâncias nocivas e providenciar a lavagem adequada de jalecos e uniformes profissionais. De acordo com Di Nardi, a lei abrange, além da indústria química e metalúrgica, empresas hospitalares e de limpezas.
A Lei Estadual (SP) nº 12.254, de fevereiro de 2006, tem uma longa história. Advém de projeto originalmente apresentado em 2003, pelo deputado José Zico Prado, da bancada do PT. Prevê que empresas que utilizem produtos nocivos à saúde do trabalhador e ao meio ambiente sejam responsáveis pela lavagem dos uniformes dos seus empregados. "Porém, como até hoje não foi regulamentada de maneira a punir ou multar seus infratores, nao é devidamente fiscalizada nem obedecida", salienta Di Nardi.
Inspirado nesta Lei e com texto praticamente idêntico, o deputado federal Drº Rosinha (PT-PR) encaminhou o Projeto de Lei nº24/2007 para votação. Segundo Di Nardi, o projeto já foi aprovado em todas as Comissões da Câmara e está pronto para ser votado em plenário, provavelmente em agosto. "Em contatos com parlamentares da situação e da oposição, notamos empenho geral em apoiar e votar a favor do projeto, já que lida diretamente com a saúde, o bem-estar social e o meio ambiente", comenta ao ressaltar que "uma gota de óleo contamina mais de 20 litros de água".

Riscos de contaminação

A justificativa apresentada pelo parlamentar repetiu a do deputado José Zico e ressalta, entre outros aspectos: "Algumas das grandes empresas do Estado de São Paulo já tem como política a lavagem e manutenção dos uniformes dos seus empregados. Entretanto, ainda é grande o número de empresas que transferem essas tarefas aos seus empregados, obrigados a cuidar em casa da limpeza dos uniformes usados nos trabalhos. A lavagem doméstica dos uniformes, além de onerar o trabalhador com a aquisição do produtos de limpeza, pode provocar a contaminação de sua familia e da rede coletora de água e esgoto".
Em seu voto, a deputada federal Ângela Portela (PT-RR), relatora do projeto na Comissão de Seguridade Social e Familia da Câmara, ressaltou: "A questao principal é de caracterizar a responsabilidade da empresa na lavagem do material, assim como ocorre na destinação do lixo, dos residuos industriais, etc. A medidade é de fundamental importância para a proteção de saúde coletiva e dos trabalhadores, merecendo nosso apoio".
O principal diferencial do projeto federal para a Lei Estadual em vigor é a emenda que estabele em R$500,00 por trabalhador a aplicação de multa às empresas que deixarem de providenciar a lavagem dos uniformes. Para Di Nardi, esse item deve tornar maioria o número de empresas cumpridoras da legislação.
A exemplo da Lei Estadual, o projeto prevê que as empresas optem entre realizar diretamente a lavagem dos uniformes ou contratar serviços de terceiros. "No caso de a lavagem ser feita pela própria empresa", lembra Di Nardi, "ela terá de tratar os residuos e a água, com a finalidade de nao poluir o meio ambiente. Como as lavanderiais já fazem esse trabalho, as empresas terão economia considerável se optarem pela segunda alternativa. Além disso, tecido lavados em lavanderias especializadas duram muito mais".
O Diretor Administrativo do Sindilav chama a atenção, também, para o mau hábito de trabalhadores da área de saúde, química e de limpeza, entre outros setores, de se deslocar fora do ambiente de trabalho usando o uniforme: "Isso expõe toda a população ao risco de contaminação, mas é uma questao de educação que deve ser transmitida em campanhas governamentais e privadas, além dos alertas já divulgados em veículos de comunicação. Será o próximo passo depois da aprovação da lei em nivel federal".

Um comentário:

  1. Olá, Cláudia. Gostamos muito do seu texto, tem a ver com o que publicamos em nosso blog sobre Saúde do Trabalhador:
    http://vidadepinhaobrasil.blogspot.com

    Colocamos um link para esse texto seu na nossa postagem mais recente, e também indicamos seu blog no nosso.

    Um abraço!

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