quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Falta de diagnóstico simples prejudica prevenção de câncer do intestino

Aos 101 anos de idade, o arquiteto Oscar Niemeyer foi operado de urgência para retirada de um tumor de intestino que estava sangrando e que foi detectado durante o período pós-operatório de outra cirurgia. O que fazer para não ser surpreendido por uma situação como essa? Existem métodos de diagnóstico mais precoces desses tumores?

Menos da metade das pessoas faz exame preventivo para câncer do intestino. O diagnóstico de um tumor do intestino começa muitas vezes com a pesquisa do sangue oculto nas fezes. É um teste simples, que pode indicar a necessidade de uma investigação mais profunda.

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De janeiro a outubro de 2007 só 74 mil colonoscopias foram realizadas em um universo de mais de 15 milhões de brasileiros acima dos 60 anos
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Porém, o método que permite melhor oportunidade de diagnóstico precoce é a colonoscopia. A colonoscopia é um exame endoscópico que permite a detecção precoce dos tumores do intestino grosso, aumentando as possibilidades de tratamento curativo.

O câncer do intestino grosso ou cólon é muito comum em homens e mulheres e causa milhares de mortes todos os anos. No Brasil esses tumores respondem por cerca de 8% dos óbitos por neoplasias malignas a cada ano.

Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com o diagnóstico precoce. A taxa de sobrevivência das pessoas diagnosticadas e tratadas na fase inicial é de mais de 90% nos primeiros cinco anos. Infelizmente, mesmo nos Estados Unidos só 39% dos tumores são descobertos nessa fase.

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A colonoscopia é um dos poucos métodos diagnósticos que também são terapêuticos
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A colonoscopia faz parte das diretrizes internacionais de prevenção e é indicada para todos os indivíduos acima dos 50 anos de idade. Nos casos de pessoas com histórico familiar para câncer do intestino, o exame deve ser realizado mais cedo, a critério do médico que acompanha o paciente.

A colonoscopia, que permite a visualização direta de todo o intestino grosso, é um dos poucos métodos diagnósticos que também são terapêuticos, já que os pólipos ou pequenos tumores descobertos durante o procedimento podem ser retirados de pronto.

A baixa utilização do método de diagnóstico se repete no Brasil, onde o Ministério da Saúde registrou de janeiro a outubro de 2007 a realização de apenas 74 mil colonoscopias, em um universo de mais de 15 milhões de brasileiros acima dos 60 anos. Desse grupo, 77% foram feitas nas regiões Sul e Sudeste.

Somente com a implementação de políticas de prevenção efetivas e abrangentes poderemos diminuir o impacto dessa doença que mata mais de 10 mil pessoas por ano em nosso país.

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