A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou nesta quarta-feira que nunca antes houve um registro maior de crianças vacinadas no mundo, mas, mesmo assim, uma criança em cada cinco - a maioria em países pobres - ainda não recebe vacinas.
No ano passado, 106 milhões de crianças foram vacinadas contra doenças como sarampo, tétano e difteria. Trata-se do maior número já registrado pela entidade, segundo um novo relatório.
Porém, 24 milhões de crianças ainda não têm acesso à imunização.
Países da África e da Ásia são os que mais sofrem com a falta de vacinas, sobretudo em áreas de conflito onde não há serviços médicos.
Pobres e ricos
A OMS pediu que mais dinheiro - cerca de US$ 1 bilhão por ano - seja investido para garantir a imunização das crianças.
A entidade estima que, se 90% das com menos de cinco anos de idade receberem vacinas, dois milhões de vidas seriam salvas por ano.
"A morte por sarampo caiu 74% entre 2000 e 2007, e as vacinas tiveram um papel importante nesta queda", disse a diretora-executiva da Unicef, Ann Veneman, comentando o relatório da OMS.
A organização disse que o desenvolvimento de vacinas novas e mais caras fará com que os custos de saúde pública subam no mundo. Segundo o relatório, o custo médio de vacinas por criança subirá de US$ 6, em 2000, para US$ 18, no próximo ano.
O anúncio da OMS coincide com a chegada de milhões de lotes de vacina contra a gripe suína em países ricos.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, alertou para a necessidade de dar acesso a vacinas também aos países pobres.
"A pandemia de gripe chama a atenção para a promessa e o dinamismo do desenvolvimento de vacinas hoje", disse Chan.
"No entanto, nos lembra mais uma vez dos obstáculos em levar os benefícios da ciência às pessoas dos países pobres. Nós precisamos vencer as barreiras que separam os ricos dos pobres - entre aqueles que recebem vacinas que salvam vidas e aqueles que não as recebem."
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