quarta-feira, 29 de abril de 2009

Análise confirma entrada de dengue tipo 4 no Brasil


Pesquisadores do Brasil confirmaram o aparecimento da dengue tipo 4 no país e acreditam que o vírus possa ter vindo diretamente da Ásia, em vez de passar primeiro pela América Central e Caribe, como costuma ser o padrão.

O resultado está publicado em artigo no periódico "PLoS Neglected Tropical Diseases".

No ano passado, um estudo publicado por pesquisadores do Estado do Amazonas mostrou que a dengue tipo 4 havia sido encontrada em três pacientes de Manaus, mais de duas décadas após ser registrada em Roraima, em 1982.

O Ministério da Saúde, porém, negou na época que existissem casos recentes de dengue 4. Com mais um tipo de vírus circulando, aumenta a possibilidade de um mesmo paciente se reinfectar, contraindo dengue hemorrágica, a forma letal da doença.

Agora, cientistas da USP fizeram análises genéticas detalhadas de amostras de dois pacientes de Manaus, comparando os genomas do vírus com os de outras linhagens de dengue. Concluíram que realmente se tratava do tipo 4 da dengue.

Segundo Paolo Zanotto, especialista em evolução de vírus do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, foi uma surpresa encontrar o genótipo 1 --diferente do que circula normalmente no continente americano e do que foi observado no Brasil na década de 1980.

Além disso, o vírus da dengue costuma aparecer primeiro na América Central e no Caribe antes de chegar ao Brasil. Os pesquisadores acreditam que, desta vez, o padrão tenha sido diferente e ele possa ter vindo diretamente da Ásia.

"A intensificação da atividade econômica entre o Brasil e outros países asiáticos (especialmente a China) pode explicar a direta introdução no Brasil", escrevem os autores.

Para Zanotto, esse tipo de vírus é menos prevalente, ou seja, não acontece numa frequência muito grande na Ásia. Porém, ele aumenta a incidência de dengue hemorrágica onde ocorre. Em sua opinião, o governo brasileiro não deve esperar o vírus se tornar um problema para tomar uma atitude. "Sabemos que o vírus pode entrar no local e ser mantido em baixa prevalência até se adaptar bem à rede de transmissão."

Sem dúvida

A médica infectologista Maria Paula Mourão, da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, que integrou a equipe que publicou o estudo em 2008, afirma que o grupo tem plena convicção dos resultados encontrados anteriormente. "E o novo estudo corrobora com o achado que fizemos no início do ano passado", afirmou.

Questionada se ela espera que o ministério volte atrás, a pesquisadora disse que gostaria muito que houvesse "uma abertura para as pessoas novamente conversarem entre si".

Segundo Zanotto, um dos problemas de o governo dizer que a dengue tipo 4 não existe no país é o fato de não incluir esse tipo de vírus nos sistemas de detecção em uso pela vigilância do Ministério da Saúde.

Para os pesquisadores, a presença da dengue tipo 4 nas Américas "deve ser recebida com grande atenção e deve ser assegurada uma intensificação das atividades de vigilância no Brasil em particular". Isso significa considerar a inclusão da dengue tipo 4 na detecção sorológica e molecular.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Exercitar-se na hora do parto reduz chance de cesárea e dor



Praticar exercícios fisioterápicos durante o parto aumenta a tolerância à dor, reduz o uso de fármacos e diminui o tempo até o nascimento do bebê, conclui um estudo feito no Hospital Universitário da USP. Entre as grávidas que fizeram as atividades, o índice de cesarianas ficou em 11%. A média, na instituição, é de 20%.

No SUS, a taxa de cesáreas é de 28% e na rede privada e suplementar chega a 90%. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o índice seja de, no máximo, 15%.

Na pesquisa, foram avaliadas 132 gestantes do primeiro filho, com gravidez a termo: 70 foram acompanhadas por fisioterapeuta e fizeram os exercícios preconizados no trabalho de parto e outras 62 tiveram acompanhamento obstétrico normal, sem os exercícios. As gestantes do estudo foram orientadas a ficar em várias posições, fazer movimentos articulares e pélvicos, relaxamento do períneo e coordenação do diafragma.

A fisioterapeuta Eliane Bio, autora do estudo, diz que, além da redução do número de cesáreas, os exercícios diminuíram a dor e a duração do trabalho de parto -de 11 para 5 horas. "Nenhuma parturiente do nosso grupo precisou de analgésico." No grupo controle, 62% usaram drogas de analgesia.

No Brasil, exercícios no trabalho de parto estão restritos aos poucos centros médicos que incentivam o parto normal, mas, em países como a Inglaterra e a Alemanha, vigoram há mais de 40 anos. Na França, toda grávida é orientada a fazer ao menos 12 consultas com o fisioterapeuta no pré-natal.

Segundo Bio, os exercícios remetem à livre movimentação que, no passado, a mulher tinha em casa durante o parto. "Temos que estimular as habilidades do corpo da mulher para o parto, prevenindo traumas no períneo, levando a uma vivência menos dolorosa, resgatando a poesia do nascimento."

Segundo ela, os procedimentos fisioterápicos preconizam a participação da mulher em todo o processo de parto, com a livre escolha de posições durante as contrações.

O obstetra Artur Dzik, diretor da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, diz que o estudo é benfeito (prospectivo, randomizado e com um número significativo de voluntárias). "Tudo o que estimula responsavelmente o parto normal é bem-vindo num país com altíssima incidência de cesárea."

Para ele, o ponto principal do trabalho foi ter mostrado que o acompanhamento fisioterápico retarda a necessidade de analgesia, diminuindo o tempo do trabalho de parto.

Na opinião de Renato Kalil, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz, o mérito do trabalho de Bio é ter "colocado no papel" a eficácia dos exercícios. "Minhas pacientes fazem isso há 22 anos, mas ainda são exceções. Na maioria dos hospitais, a grávida fica deitada esperando a hora da cesárea."

Ele pondera que o trabalho não consegue demonstrar de que forma ocorre o relaxamento provocado pelos exercícios. "Um médico adepto da cesárea diria que seria preciso medir os impulsos elétricos do músculo para comprovar o relaxamento. Mas, na prática, sabemos que a movimentação funciona."

domingo, 26 de abril de 2009

Estudo mostra que mais de 20% das crianças brasileiras têm anemia


O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta-feira estudo que mostra que 20,9% das crianças brasileiras com menos de cinco anos têm anemia. De acordo com a PNDS 2006 (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher), 29,4% das mulheres entre 15 e 49 têm anemia. A pior situação é na região Nordeste, onde 25,5% das crianças e 40% das mulheres apresentavam anemia.

"Embora não tenha sido observada associação estatística entre a classificação econômica e a prevalência de anemia entre crianças, observa-se menor percentagem de anêmicos nas classes A e B", afirma o estudo.

A pesquisa mostrou ainda que 17,4% das crianças e 12,3% das mulheres têm insuficiência de vitamina A. Em crianças, a maior incidência foi no Sudeste (21,6%), seguido pelo Nordeste (19%).

A hipovitaminose A e a anemia podem causar redução da imunidade a infecções, problemas de desenvolvimento e até retardo mental e cegueira. Foram analisadas 3.455 amostras de sangues de crianças e 5.699 de mulheres para o teste de anemia e 3.499 amostras infantis e 5.698 de mulheres para o teste de hipovitaminose A.

Rural

De acordo com a coordenadora de Políticas de Alimentação do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcellos, a pesquisa mostra que a incidência das duas doenças são maiores nas áreas urbanas do que nas rurais. "Isso provavelmente é devido a uma alimentação mais natural", afirmou.

Segundo a coordenadora, índices acima de 20% indicam níveis moderados de incidência das doenças e, abaixo de 20%, níveis leves.

Música para o coração

Ritmo, melodia e harmonia podem fazer o peito bater mais forte e feliz. Não é só papo de gente romântica, não. É a medicina de ponta que comprova e prescreve esse benefício

Pode ser a batida pop de Sting, a cadência dos sambas de Cartola, as sinfonias de Mozart ou ainda os tangos com incorporações de jazz de Astor Piazzolla. Não importa. Basta ouvir aquela música preferida para que uma cascata de emoções positivas venha à tona, fazendo a gente reviver dez, cem, mil vezes uma situação prazerosa. Amplificações à parte, o que um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, acaba de provar e apresentar para a Associação Americana do Coração é que aquelas canções consideradas especiais para um indivíduo têm efeito direto sobre a saúde cardíaca.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores resolveram medir, por meio de ultrassom, o diâmetro dos vasos sanguíneos no braço de dez voluntários saudáveis e não fumantes logo após uma sessão com suas músicas prediletas. Os participantes, no entanto, tiveram de se submeter a um jejum musical durante os 15 dias anteriores à medição, tudo para intensificar o impacto do estímulo sonoro na hora do experimento.

No dia D, foi pedido a eles que levassem os hits que mais lhes causavam contentamento — o estilo country, o sertanejo à americana, foi disparado o mais escolhido na experiência. Depois de 30 minutos ao som das canções, os cientistas observaram um aumento de 26% no calibre dos vasos, um resultado bastante expressivo — para ter uma ideia, um vídeo com o mesmo tempo de duração e tiradas bem-humoradas provocaram uma dilatação de 19%. Ainda a título de comparação, audiotapes para induzir ao relaxamento causaram uma distensão de 11%. Já a barulheira do heavy metal deixou os vasos 6% mais estreitos e os voluntários, ansiosos.

Mas por que a música cala fundo no coração? “Acreditamos que esse tipo de estímulo provoque a liberação de substâncias protetoras, como o óxido nítrico, que dilata os vasos”, explica a SAÚDE! o cardiologista Michael Miller, um dos autores do estudo. “Além disso, o óxido nítrico reduz a formação de coágulos e o endurecimento das artérias”, conclui o médico, um fã confesso de jazz.

Essa molécula benéfica é secretada pelo endotélio, a camada que reveste internamente os vasos. Daí, não é de estranhar que o trabalho também tenha investigado como esse tecido reage às notas sonoras. O aumento do calibre arterial permite que o sangue circule com mais facilidade, o que contribui para abaixar a pressão e levar uma maior quantidade de oxigênio para o corpo todo. “E, quanto maior a oxigenação das células, melhor o funcionamento do cérebro, do coração e do sistema imunológico”, explica o neurologista e maestro Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo.

O efeito benéfico da música começa a reverberar primeiro na massa cinzenta para, em seguida, se refletir no coração. “Ela aumenta a produção de endorfina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro e responsáveis pela sensação de prazer, faz diminuir a liberação de cortisol, o hormônio do estresse, e, por fim, regula a frequência cardíaca”, diz Muszkat, que também é coordenador do In Music, grupo de cientistas da Unifesp que estuda a ação da música sobre o corpo.

Quer ouvir mais uma vantagem de manter o MP3 ligado? No início de 2008, um estudo publicado na importante revista científica inglesa The Lancet revelou que a música contribui para a reabilitação de indivíduos que sofreram derrame. Mas que tipo de som? De novo, o que estivesse ao gosto do freguês. Entre os 60 pacientes acompanhados por dois meses, aqueles que escutaram composições do gênero “minhas preferidas” apresentaram memória verbal e atenção significativamente melhores do que o grupo que era só ouvidos para audiolivros.

Outra boa notícia: o tempo exato de audição capaz de manter o coração e a mente em paz está longe de ser uma coisa do outro mundo. “Um estudo do Instituto de Montreal, no Canadá, mostrou que a exposição constante ao estímulo, por pelo menos duas horas diárias, já produz benefícios para a saúde em três ou quatro dias”, revela Muszkat. O pesquisador americano Michael Miller é mais contido na prescrição da dosagem.

“De 20 minutos a meia hora de música agradável, várias vezes por semana, já é uma boa pedida”, recomenda.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Amamentar reduz risco de derrames e doenças cardíacas nas mães, diz estudo

Mulheres que amamentam por mais de um ano têm 10% menos risco de doenças.

Mulheres que amamentam seus filhos podem estar reduzindo seu próprio risco de sofrer doenças cardíacas ou derrames, indica uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores americanos dizem ter verificado que mulheres que amamentam por mais de um ano estão 10% menos propensas a sofrer desses problemas de saúde do que aquelas que nunca amamentaram.

O estudo americano envolveu 140 mil mulheres já no período pós-menopausa. Em média, essas mulheres haviam amamentado seus bebês há mais de 35 anos.

Acredita-se que a redução do risco de sofrer de doenças cardiovasculares ocorre porque, ao amamentar, as mulheres diminuem os depósitos de gordura no corpo.

No entanto, os pesquisadores afirmam que o efeito é mais complexo e que a liberação de hormônios estimulada pela amamentação também tem um papel importante.

Segundo os pesquisadores, amamentar por mais de um ano pode ainda reduzir em cerca de 20% os riscos de as mães sofrerem de diabetes e colesterol alto, e em 12% o risco de pressão alta.

O estudo afirma que mesmo as mães que amamentam por pelo menos um mês já têm o risco de diabetes, colesterol e pressão alta reduzidos em relação àquelas que nunca amamentaram.

A pesquisa também verificou que amamentar reduz os riscos de a mulher sofrer de câncer de mama e ovário e de osteoporose.

Benefícios

Esse estudo, divulgado na publicação especializada "Obstetrics and Gynaecology", vem se somar às crescentes evidências de que amamentar traz benefícios não somente para a saúde dos bebês, mas também das mães, dizem especialistas.

Para os bebês, a lista de benefícios é extensa, afirmam especialistas. O leite materno pode proteger contra obesidade, diabetes, asma e infecções no ouvido, estômago e peito.

"Há anos nós sabemos que amamentar é bom para a saúde dos bebês", disse a pesquisadora Eleanor Bimla Schwarz. "Agora sabemos que também é importante para a saúde das mães."

Segundo Schwarz, a amamentação é "uma parte importante da maneira como o corpo das mulheres se recupera da gravidez".

"Quando esse processo é interrompido, as mulheres ficam mais propensas a sofrer diversos problemas de saúde, como ataques cardíacos e derrames", disse a pesquisadora.

O Departamento de Saúde britânico recomenda amamentação por pelo menos seis meses.

Segundo a especialista em doenças cardíacas June Davison, da British Heart Foundation, a pesquisa revela uma associação entre amamentação e redução de riscos de problemas cardíacos, mas ainda são necessárias "mais pesquisas para compreender porque isso ocorre".

sexta-feira, 3 de abril de 2009

MS integra serviços de traumas e ortopedia no país

Ministério da Saúde lança portaria que atualiza a assistência de traumatologia e ortopedia em hospitais e 226 Centros de Referência de Alta Complexidade

O Ministério da Saúde publica nesta segunda-feira (30) portaria que atualiza as normas para a Assistência em Traumatologia e Ortopedia, facilitando o acesso dos pacientes a este tipo de tratamento, inclusive para aqueles que precisam ser submetidos a procedimentos de alta complexidade. A portaria reafirma o princípio da integralidade da assistência, nos hospitais habilitados seja como Unidade de Assistência seja como Centro de Referência.

Os hospitais anteriormente habilitados para a realização dos procedimentos de Alta Complexidade em Traumatologia e Ortopedia terão a sua habilitação mantida, ajustada aos critérios da nova portaria conforme a sua produção em 2007 e 2008 (confira quadro abaixo). De acordo com a nova norma, os hospitais serão habilitados conforme os serviços de traumatologia e ortopedia que oferecem: para adultos, para crianças (até 21 anos) ou de urgência. Desde 2004, o MS vem revisando as normas vigentes, que tinham como objetivo tornar a política da Alta Complexidade mais específica para os vários níveis da atenção traumato-ortopédica, porém organizada por áreas do corpo humano. Diante de uma resposta insatisfatória das portarias anteriores (213/SAS, de 15 de junho de 2004, e 95/SAS, de 15 de fevereiro de 2005), o MS traçou as linhas de ação necessárias à organização e implantação de redes estaduais e regionais. Leia a íntegra da nova portaria

“A traumato-ortopedia segmentava as habilitações dos serviços em várias áreas, o que restringia a organização da rede. Após uma reavaliação, discutida na Câmara Técnica da Traumato-Ortopedia, cuja secretaria executiva é o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), a estratégia foi reformulada, vinculando as habilitações dentro desses três serviços. Com isso, a organização da rede se simplifica e o acesso aos serviços, ampliado”, explica Alberto Beltrame, secretário de Atenção à Saúde, do MS.

MUDANÇAS NA PORTARIA – Uma das principais alterações ocorridas com a publicação da nova portaria é a exclusão do parâmetro populacional, em detrimento da necessidade. Antes, o atendimento se baseava em oferecer determinado serviço para um grupo de 700 mil habitantes, condição que dificultava a organização das redes, dadas as diversidades regionais do país, em termos epidemiológicos e de oferta de serviços. Prevalece, agora, o parâmetro de produção mínima para garantir qualidade, ou seja, o hospital, para ser habilitado, deverá realizar um número mínimo de procedimentos em traumato-ortopedia, de média e de alta complexidade.

Outra mudança ocorrida, paralelamente, foi a revisão dos procedimentos, que antes eram, em sua maioria, considerados de alta complexidade, muitos deles passando a ser de média complexidade. “As novas diretrizes criarão mais flexibilidade e abrangência às ações das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Traumatologia e Ortopedia e permitirão que os Centros de Referência tenham a instrumentalização que a gestão venha a necessitar”, resume Beltrame.

O objetivo é fazer com que outros hospitais que não consigam se adequar recebam apoio do gestor local – que tem autonomia para fazer o credenciamento de média complexidade dessas unidades e a ampliação de serviços. O MS habilita os hospitais na Alta Complexidade e os apóia, no caso da necessidade de convênios ou recursos. A idéia é fazer com que o gestor consiga ordenar sua rede de serviços, sempre com o intuito de ampliar o acesso. Entretanto, aqueles que antes não faziam parte da rede, agora poderão ser englobados, desde que atendam os critérios mínimos de credenciamento e habilitação.

O atendimento nos hospitais habilitados como Unidade de Assistência e como Centro de Referência incluem os seguintes serviços:

- Urgência com funcionamento 24 horas por dia;

- Ambulatorial;

- Hospitalar;

- Assistência a todos os pacientes que, no hospital, tenham sido submetidos a procedimentos traumato-ortopédicos, de natureza cirúrgica, garantindo assistência até a alta ou transferência;

- Assistência a pacientes com processos infecciosos do sistema músculo-esquelético, garantindo tratamento até a alta ou transferência;

- Exames de diagnose e terapia;

- Apoio multiprofissional e acompanhamento por meio de procedimentos específicos, visando à melhoria das condições físicas e psicológicas dos pacientes, atuando no preparo pré-operatório ou como complemento terapêutico para restabelecimento da capacidade funcional;

- Reabilitação e;

- Participação nas ações de prevenção e detecção precoce de doenças do sistema músculo-esquelético de maneira articulada com os programas e normas definidas pelo MS ou Secretaria de Saúde do Estado ou Município, para a atenção em traumatologia e ortopedia.

Hospitais automaticamente habilitados em traumatologia e ortopedia:

UF Estabelecimento Município
AC Fundação Hospital Estadual do Acre Rio Branco
AC Hospital Santa Juliana Rio Branco
AM Fundação Hospital Adriano Jorge Manaus
AM Fundação Universidade Amazonas Manaus
AL Unidade de Emergência Dr Daniel Houly Arapiraca
AL Centro Hospitalar Manoel André Arapiraca
AL Hospital da Agroindústria de Açúcar e Álcool de Alagoas Maceió
AL Santa Casa de Misericórdia Maceió
AL Unidade de Emergência Dr Armando Lages Maceió
BA SES Hospital Geral Roberto Santos Salvador
BA SES Hospital Geral do Estado Salvador
BA Hospital Universitário Prof Edgard Santos Salvador
BA Santa Casa de Misericórdia da Bahia Salvador
BA Monte Tabor Centro Ítalo Brasileiro Prom.San.Hospital São Rafael Salvador
BA Associação das Pioneiras Sociais/Rede Sarah Salvador
BA Associação Obras Soc. Irmã Dulce Salvador
BA Real Sociedade Espanhola Beneficente Salvador
BA Hospital Ernesto Simões Filho Salvador
BA Hospital Martagão Gesteira Salvador
CE Hospital Universitário Walter Cantídio Fortaleza
CE SES Hospital Geral de Fortaleza Fortaleza
CE Centro de Saúde Joaquim Bezerra Farias Crato
CE Instituto Dr José Frota Central Fortaleza
CE Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo Fortaleza
CE SES/HIAS Hospital Infantil Albert Sabin Fortaleza
DF Associação das Pioneiras Sociais/Sarah Brasília
DF Hospital de Base do Distrito Federal Brasília
DF Hospital Regional de Sobradinho Sobradinho
DF Hospital Regional de Taguatinga Taguatinga
DF Hospital Universitário de Brasília Brasília
ES Instituto Estadual de Saúde Pública Vitória
ES Irmandade da Santa Casa de Misericórdia Vitória
ES Hospital São Lucas Vitória
ES Assoc. Evangélica Benef. Espírito Santense Vila Velha
ES Santa Casa Misericórdia de Cachoeira do Itapemirim Cachoeira do Itapemirim
ES Hospital Dório Silva Serra
GO Hospital Ortopédico de Goiânia Goiânia
GO Hospital das Clínicas UFG Goiânia
GO Santa Casa de Misericórdia de Goiânia Goiânia
MA Universidade Federal do Maranhão São Luís
MA Associação das Pioneiras Sociais/Sarah São Luís
MG Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte
MG Fundação Beijamin Guimarães Belo Horizonte
MG Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte
MG Hospital São Bento Cardioclínica Belo Horizonte
MG Fundação Educacional Lucas Machado Belo Horizonte
MG Hospital Evangélico de Minas Gerais Belo Horizonte
MG Hospital Municipal Odilon Bherens Belo Horizonte
MG Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte Belo Horizonte
MG Associação das Pioneiras Sociais/Sarah Belo Horizonte
MG Hospital Luxemburgo Belo Horizonte
MG Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves Belo Horizonte
MG Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora Juiz de Fora
MG Santa Casa de Montes Claros Montes Claros
MG Casa de Caridade de Muriaé Muriaé
MG Santa Casa de Misericórdia de Passos Passos
MG Irmandade do Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas Poços de Caldas
MG Hospital das Clínicas Samuel Libânio Pouso Alegre
MG Hospital das Clínicas de Uberlândia Uberlândia
MG Universidade Federal do Triângulo Mineiro Uberaba
MS Associação Beneficente Campo Grande Campo Grande
MS Fundação Universidade Federal de MS Campo Grande
MT Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Cuiabá Cuiabá
MT Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá Cuiabá
PE Fundação Saúde Amaury Medeiros Caruaru
PE Casa de Saúde e Maternidade N. Sra. Do Perpétuo Socorro Garanhuns
PE Fundação Saúde Amaury Medeiros/Hospital Getúlio Vargas Recife
PE Fundação Saúde Amaury Medeiros/Hospital da Restauração Recife
PE Fundação Saúde Amaury Medeiros/Hospital Geral Otávio de Freitas Recife
PE Universidade Federal de Pernambuco Recife
PE Instituto Materno Infantil de Pernambuco Recife
PA Hospital Regional Público da Transamazônica Altamira
PA Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência Ananindeua
PA Clínica Cirúrgica e Ortopédica Belém
PA Benemérita Sociedade Portuguesa Belém
PA Hospital Regional Público do Sudeste Dr Geraldo Veloso Marabá
PA Instituto Pobres Servos da Divina Providência Marituba
PA Hospital Regional Público do Araguaia Redenção
PB Hospital Antonio Targinho Campina Grande
PB Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena João Pessoa
PR Oncopar Arapongas
PR Hospital da Providência Apucarana
PR Hospital e Maternidade Parolim Campo Largo
PR FF Claudino/Central Hospitalar Campo Mourão
PR Hospital e Maternidade Angelina Caron Campina Grande do Sul
PR Universidade Estadual Oeste do Paraná Cascavel
PR Clínica Médica Nossa Senhora da Salete Cascavel
PR Universidade Federal do Paraná Curitiba
PR Associação Hosp. Prot. Infância Dr Raul Carneiro Curitiba
PR Liga Paranaense Combate ao Câncer Curitiba
PR Associação Paranaense de Cultura Curitiba
PR Funpar/Hospital do Trabalhador Curitiba
PR Sociedade Evangélica Beneficente Curitiba
PR Hospital Santa Casa Curitiba
PR Hospital Santa Teresa de Guarapuava Guarapuava
PR Universidade Estadual de Londrina Londrina
PR Irmandade da Santa Casa de Londrina Londrina
PR Santa Casa de Misericórdia de Maringá Maringá
PR Associação Beneficente Bom Samaritano Maringá
PR Policlínica Pato Branco Pato Branco
PR Sociedade Beneficente São Camilo Ponta Grossa
PR Hospital Bom Jesus Toledo
PR Cemil Centro Médico Materno Infantil Umuarama
PI Hospital Getúlio Vargas Teresina
RJ Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa Barra Mansa
RJ Hospital Plantadores de Cana Ass. Fluminense Campo dos Goytacases
RJ Associação Congregação de Santa Catarina Petrópolis
RJ Associação Congregação de Santa Catarina Niterói
RJ MS Hospital Geral do Andaraí Rio de Janeiro
RJ MS Instituto Nacional de Traumato Ortopedia Rio de Janeiro
RJ MS Hospital da Lagoa Rio de Janeiro
RJ Hospital Universitário Pedro Ernesto Rio de Janeiro
RJ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Rio de Janeiro
RJ Hospital Municipal Salgado Filho Rio de Janeiro
RJ Hospital dos Servidores do Estado Rio de Janeiro
RJ Hospital Universitário Gaffree e Guinle Rio de Janeiro
RJ Santa Casa de Misericórdia Rio de Janeiro
RJ Hospital Municipal Miguel Couto Rio de Janeiro
RJ Hospital Geral de Ipanema Rio de Janeiro
RJ Hospital Municipal Jesus Rio de Janeiro
RJ Hospital Lourenço Jorge Rio de Janeiro
RJ Hospital Geral de Bonsucesso Rio de Janeiro
RJ Hospital das Clínicas de Teresópolis Teresópolis
RJ Hospital e Clínica São Gonçalo São Gonçalo
RJ Fundação Educacional Severino Sombra Vassouras
RJ Serviço Autônomo Hospitalar Volta Redonda
RO Hospital de Base Dr Ary Pinheiro Porto Velho
RR Hospital Geral de Roraima Boa Vista
RS Hospital Universitário da ULBRA Canoas
RS Hospital Municipal de Pronto Socorro Deputado Nelson Marchezan Canoas
RS Assoc. Beneficente Canoas Canoas
RS Pio Sodalício das Damas Caridade Caxias do Sul
RS Associação das Damas de Caridade Cruz Alta
RS Fundação Hospitalar Santa Terezinha Erechim
RS Associação Hospitalar Benef. São Vicente de Paulo Passo Fundo
RS Hospital da Cidade de Passo Fundo Passo Fundo
RS Santa Casa de Misericórdia de Pelotas Pelotas
RS Hospital Cristo Redentor Porto Alegre
RS União Brasileira Educacional Assistencial Porto Alegre
RS Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Porto Alegre
RS Comunidade Evangélica Luterana São Paulo Porto Alegre
RS Hospital de Pronto-Socorro Porto Alegre
RS Hospital das Clínicas de Porto Alegre Porto Alegre
RS Sanatório Belém Porto Alegre
RS Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande Rio Grande
RS Associação Pró-Ensino em Santa Cruz Sul Santa Cruz Sul
RS Hospital Universitário de Santa Maria Santa Maria
RN Hospital Médico Cirúrgico Natal
RN Instituto de Traumatologia e Ortopedia do RN Natal
RN Hospital Memorial – Clínica de Ortopedia e Traumato de Natal Natal
SC Hospital Santo Antônio Blumenau
SC Hospital Regional Oeste Chapecó
SC Sociedade Literária Caritativa Santo Agostinho Criciúma
SC Hospital São Francisco Concórdia
SC Hospital Florianópolis Florianópolis
SC Hospital Infantil Joana de Gusmão Florianópolis
SC Hospital Governador Celso Ramos Florianópolis
SC Hospital e Maternidade Marieta Konder Itajaí
SC Hospital e Maternidade São José Jaraguá do Sul
SC Hospital Municipal São José Joinvile
SC Hospital Infantil Seara do Bem Lages
SC Sociedade Mãe da Divina Providência Lages
SC Hospital Regional de São José Dr Homero Miranda Gomes São José
SC Sociedade Divida Providência Tubarão
SE Fundação da Beneficência Hospital de Cirurgia Aracaju
SP Hospital Municipal Dr Waldemar Tebaldi Americana
SP Irmandade da Santa Casa de Araraquara Araraquara
SP Hospital de Base Sétima Região Bauru
SP Santa Casa de Misericórdia de Barretos Barretos
SP Hospital das Clínicas de Botucatu Botucatu
SP Hospital Universitário São Francisco de Bragança Paulista Bragança Paulista
SP Hospital e Maternidade Celso Pierro Campinas
SP Hospital Municipal Dr Mario Gatti Campinas
SP Hospital das Clínicas da Unicamp Campinas
SP Hospital Geral de Carapicuíba Carapicuíba
SP Hospital Padre Albino Catanduva
SP Irmandade da Santa Casa de Fernandópolis Fernandópolis
SP Fundação Civil Casa de Misericórdia de Franca Franca
SP Hospital Sanatorinhos de Itu Itu
SP Santa Casa de Jau Jau
SP Santa Casa de Misericórdia de Jales Jales
SP Hospital de Caridade São Vicente de Paula Jundiaí
SP Irmandade da Santa Casa de Limeira Limeira
SP Irmandade da Santa Casa de Marília Marília
SP Hospital das Clínicas Unidade Clínico Cirúrgico Marília
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Guaçu Mogi Guaçu
SP Hospital Municipal de Paulínia Paulínia
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba Piracicaba
SP Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente Presidente Prudente
SP Hospital Universitário Dr Domingos Leonardo Cerávolo Presidente Prudente
SP Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto Ribeirão Preto
SP Hospital Imaculada Conceição M Ribeirão Preto
SP Hospital das Clínicas Ribeirão Preto
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos Santos
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos São Carlos
SP Santa Casa de Misericórdia Dona Carolina Malheiros São João da Boa Vista
SP Hospital de Base de São José do Rio Preto São José do Rio Preto
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto São José do Rio Preto
SP Hospital Infante Dom Henrique São José do Rio Preto
SP Conjunto Hospitalar do Mandaqui São Paulo
SP Hospital Municipal do Tatuapé Carmino Cariccho São Paulo
SP HC da UFMUSP São Paulo
SP Hospital São Paulo Unidade I São Paulo
SP Hospital Nossa Senhora do Pari São Paulo
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo São Paulo
SP Hospital Bandeirantes São Paulo
SP Hospital Sorocabana São Paulo
SP Hospital Santa Marcelina São Paulo
SP Hospital Geral de Vila Penteado São Paulo
SP Hospital Geral de Pedreira São Paulo
SP Unidade de Gestão Assistencial II São Paulo
SP SES/Conjunto Hospitalar de Sorocaba Sorocaba
SP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba Sorocaba
SP Hospital Escola da Universidade de Taubaté Taubaté
SP Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga Votuporanga
SP Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba Araçatuba
SP Hospital Geral de Itapecerica da Serra Itapecerica da Serra
SP Hospital Guilherme Álvaro Santos
SP Associação de Assistência à Criança Deficiente São Paulo
SP Hospital Universitário da Universidade de São Paulo São Paulo
SP Fundação São Paulo – Hospital Santa Lucinda Sorocaba
SP Hospital Estadual de Sumaré Sumaré
SP Hospital Geral Pirajussara Taboão da Serra
TO SES/Hospital de Araguaína Araguaína
TO SES/Hospital de Gurupi Gurupi
TO SES/Hospital Geral de Palmas Palmas

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Estudante de medicina fala da importância do acompanhante na recuperação

Nell Burger Kirst é estudante do quarto ano de medicina.
Ele escreveu sobre história que viveu para o "New York Times".


Nunca cheguei a conhecê-la de verdade. Encontrei-a pela primeira vez durante meu terceiro ano de psiquiatria, quando nossa equipe era consultada sobre problemas de depressão.

Regras de privacidade não permitirão que eu use seu nome (onde foi possível, consegui consentimento dos outros envolvidos nesta história). Ela era um doente terminal, não só pela doença, mas também por todas as complicações de seu tratamento, e estava confinada à cama na unidade de tratamento intensivo.

Quando a conheci, ela mal podia falar. Seu rosto era uma vazia lua amarelada, e seu cabelo, esparso e descolorado, se espalhava ensopado de suor por seu travesseiro.

O que vim a saber dela foi através de seu namorado, Josh. Eles estavam juntos desde o ginásio, e continuavam juntos mesmo enquanto o resto da vida dela desmoronava.

Quando a tensa relação dela com seus pais se tornou impossível e eles saíram de sua vida, Josh se tornou seu confidente e melhor amigo. Quando soube que estava seriamente doente, ela e Josh preencheram a papelada necessária para conferir a ele o poder de representante legal.

Então, ele se sentou ao lado de sua cama, dia após dia, ocasionalmente levantando-se de seu posto para realizar a manutenção rudimentar que ela já não podia: enxugar as lágrimas dos próprios olhos e limpar as secreções em volta de sua boca.

Em sua ficha médica, ele era descrito não como "namorado", mas como "família" ou simplesmente "Josh", e sua presença nesses registros traça grande parte da agonizante marcha da doença dela.

Quando ela sofre uma piora: "Josh acha que (a paciente) ainda está lutando e gostaria de continuar com o tratamento."

Quando sistemas de órgãos começam a falhar: "A família irá rever status amanhã."

E, finalmente, quando o atendimento médico de apoio é retirado: "Josh entende que (ela) está morrendo. Ele está lutando para imaginar um futuro sem ela."

Cinco meses depois, na quietude do inverno, um homem de 25 anos chamado David estava trocando um pneu furado na lateral da estrada quando foi atingido por uma van. Ele chegou à UTI num respirador, apresentando fraturas múltiplas. Eu havia aterrissado ali apenas alguns dias antes, em minha habilidade de estudante de medicina, e o teria como meu paciente por muitas semanas à frente.

O homem logo se tornou medicamente estável o bastante para ser transferido a um andar geral do hospital, mas apresentava significativos problemas comportamentais que exigiam um acompanhante o tempo todo a seu lado. Ele rotineiramente removia seu tubo de alimentação, se recusava a trabalhar com os terapeutas, não queria usar o urinol. Era provocador e difícil de lidar, estava sabotando sua própria recuperação.

Carta manhã, conversei com a enfermeira sobre seu progresso. Seu tubo de alimentação estava no lugar ininterruptamente por 30 horas. Ele havia começado a cooperar na fisioterapia, e estava usando o urinol sem reclamações.

A mãe de David surgiu no saguão para confirmar sua melhora. Parecia ter muito a ver com o acompanhante que havia sido designado a ele nos últimos dois dias.

O acompanhante, segundo ela, era extremamente paciente, apoiador e animado, ouvindo as histórias de David e compartilhando suas próprias. Ele era alguém com quem David podia se relacionar, um encaixe perfeito para ele. Acenei afirmativamente com a cabeça, confiante, e entrei no quarto.

Lá estava David, sentado em sua cama de hospital, animado e brincando com seu acompanhante. O clima pesado e tedioso que ocupava o quarto de David havia se tornado leve, e isso acontecera tão rapidamente que eu não conseguia recuperar o fôlego.

Seu acompanhante era Josh.

Ele havia assumido um emprego no hospital, após a morte de sua namorada. Sua história, como comecei a perceber, era um tipo de história de amor, e de alguma maneira evocava todas as nossas histórias, sejamos médicos ou pacientes, confortadores ou confortados, curandeiros ou curados. Josh reafirmou para mim o que nós, profissionais da medicina, sabemos, mas esquecemos com tanta facilidade: a história humana não é uma série de doenças e tratamentos que administramos, e sim um mistério sendo descoberto – um processo com o qual nós mesmos estamos em constante comunhão, seja como testemunhas, seja como participantes.

Ali, estabelecendo-nos em nosso lugar na história, podemos vê-la em sua totalidade e deixar que ela nos faça completos. Tomamos parte em sua cura enquanto ela se revela, e somos curados por sua descoberta.