segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mortes por diabetes aumentam no Brasil

O perfil da mortalidade no Brasil está mudando. Cada vez mais pessoas estão morrendo de diabetes, fato que é atribuído pelo Ministério da Saúde ao aumento de pessoas com excesso de peso.
Em 1996, as mortes pela doença eram de 16,3 habitantes em cada 100 mil, taxa que passou para 24 a cada 100 mil em 2006. Os dados se referem à população entre 20 e 74 anos.
O aumento ocorre principalmente entre os homens com mais de 40 anos --2,3% ao ano, em média, considerado todo o período. Entre as mulheres da mesma faixa etária, o crescimento foi de 1% ao ano.
O retrato é tímido, já que se refere somente às mortes que tiveram o diabetes como principal causa (indicadas assim no atestado de óbito), não levando em consideração as doenças decorrentes dela.

Por outro lado, problemas cardiovasculares estão matando menos, apesar de liderarem o ranking das causas de morte (são 29,4% das conhecidas). A taxa passou de 187,9 por 100 mil habitantes para 149,4.

A queda é atribuída a tecnologias mais avançadas, ampliação dos acesso à saúde e, em grande parte, redução do tabagismo. Em 1989, uma pesquisa nacional apontou que 31% dos brasileiros eram fumantes. Em outro levantamento, feito em 2008 com moradores de capitais, o percentual foi de 16,1%.
Entre as doenças cardiovasculares, os principais vilões são AVC (acidente vascular cerebral), obstrução arterial e infarto do miocárdio. O câncer foi a segunda maior causa de morte registrada, responsável por 15% dos óbitos no país em 2006. Em terceiro lugar, vieram causas externas, como homicídios e acidentes de trânsito (12,4%). O ranking repete os últimos dados disponíveis até então, relativos a 2005.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Familia: um grande amor

A filosofia traz em sua palavra a presença do amor, posto que 'philo' significa amor e 'sophia', saber. A palavra 'philosophia' significa, então, 'o amor ao saber'.


E se invertêssemos a ordem? "Sophiaphilo". Poderíamos falar em 'saber ao amor'?
Como a sabedoria pode nos auxiliar no aprendizado do amor? Sentimento, tantas vezes paradoxal, nem sempre é coerente com a construção do saber.
Amar é um aprendizado a partir da experiência com o outro, uma troca de cuidados que se inicia na família, quando mãe e filho são um único ser.
Esse saber cresce na relação com os irmãos e com os amigos, na percepção das semelhanças e diferenças, presente entre esses; esbarrando na identificação e/ou repulsão aos antepassados.
Família, constituição necessária, instintiva e formativa. Grupo, clã, tribo. Inserção fixada pelos genes e pela cultura. Família de pessoas que acolhemos, e que nos adotam, por afinidade.
São tantas as formas de amor, que é difícil estabelecer parâmetros entre elas.
O único parâmetro é o próprio amor, o respeito à dignidade do outro como ser vivente, como parte do grupo que se intitula imagem e semelhança de Deus.
Saber amar, construindo um conhecimento nessa arte, é a busca essencial de todo grupo que se propõe como humano, a caminho de sua divindade transcendente.

sábado, 14 de novembro de 2009

Cerca de 30% dos diabéticos não sabem que têm a doença, diz associação

Cerca de 10% da população brasileira, algo em torno de 11 milhões de pessoas, são portadores de diabetes, de acordo com dados da Associação Nacional de Diabetes (Anad). Desse total, cerca de 30% não sabem que têm a doença. De acordo com a associação, os números fazem parte de pesquisas do Ministério da Saúde e de entidades científicas.
O presidente da Anad, Fadlo Fraige, alerta para a necessidade de exames regulares de glicemia em obesos, hipertensos, pessoas com nível de colesterol aumentado e com casos de diabetes na família.

"Um dos grandes problemas das estimativas é que desses 11 milhões de pessoas, talvez nós tenhamos diagnóstico de cerca de seis ou sete milhões. Outros 30% ou 35 % têm a doença e ainda não sabem. Então, é fundamental que façam regularmente os exames", frisou.

O médico ressaltou que os obesos necessitam de um cuidado maior. "O valor total da alimentação tem que ser restringido para que a pessoa, além de controlar a glicemia, tenha uma perda de peso, o que é extremamente benéfico ao diabético. Então todos os alimentos que se transformam em glicose rapidamente, ou indiretamente, tem que ser abolido, como o açúcar comum, ou restringido, a exemplo dos carboidratos."
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Reginaldo Alburqueque, disse que está preocupado com a doença na infância. Segundo o médico, o diabetes do tipo 2, mais comum em adultos acima de 40 anos, tem aparecido também em crianças.
"A vida em frente à televisão, ao computador, o controle remoto, os carros que não exigem nenhum tipo de esforço para levantar o vidro, essa automatização da sociedade e os maus hábitos alimentares têm aumentado a incidência de crianças e jovens, não com a diabetes do tipo 1, mas sim com a diabetes do tipo 2."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Antibióticos na gravidez podem causar malformação


O uso de algumas classes de antibióticos no tratamento de infecções urinárias durante os três primeiros meses de gravidez pode aumentar o risco de o bebê nascer com malformações, diz estudo publicado na revista "Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine".

Os defeitos congênitos foram relacionados ao uso de sulfonamidas e nitrofurantoinas. Já a penicilina e seus derivados foram considerados seguros.

O estudo foi realizado pela geneticista Krista Crider, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Ela analisou o uso de antibióticos na gravidez de 13.155 mulheres que tiveram filhos com uma das mais de 30 malformações congênitas e comparou com os resultados de 4.941 mulheres selecionadas aleatoriamente, que viviam na mesma região, e tiveram filhos saudáveis.

A pesquisadora constatou que as penicilinas e cefalosporinas, apesar de comumente usadas por mulheres grávidas, não foram associadas aos defeitos de nascimento. Já os medicamentos sulfonamidas e nitrofurantoinas foram associados com vários defeitos, como malformações cardíacas, fendas na face, problemas de intestino e até anencefalia.

O ginecologista Nilson Abrão Szylit, do hospital São Luiz, disse que as sulfonamidas e nitrofurantoinas já não eram recomendadas no começo da gestação, pois não havia estudos que garantissem a segurança. "O simples fato de não sabermos se é seguro já é motivo para não indicarmos", diz.

Quando a gestante tem infecção urinária, o ideal é tratar com penicilina, que não traz problemas. Em casos de alergia, a mulher pode usar a cefalosporina. "A droga de escolha na gravidez, sempre que possível, é a penicilina", diz Szylit.

O ginecologista Rodrigo Ruano, professor da USP, diz que o estudo confirma a existência de complicações associadas ao uso de antibióticos, mas reforça que o tratamento das infecções é fundamental para garantir a saúde da mãe e do bebê. "Se a mulher não tratar, o parto pode ser prematuro, pode haver rompimento de bolsa", diz.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Câncer de colo de útero é o segundo tipo que mais mata

Existem diversos fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, sendo que alguns dos principais estão associados às baixas condições sócio-econômicas, ao início precoce da atividade sexual, à multiplicidade de parceiros sexuais, ao tabagismo, à higiene íntima inadequada e ao uso prolongado de contraceptivos orais.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, INCA, estudos recentes mostraram que outro importante fator pode causar a doença, o vírus do papiloma humano (HPV) que tem papel importante no desenvolvimento do câncer de colo uterino, e está presente em mais de 90% dos casos dessa doença. Esse vírus provoca formação de verrugas genitais e não tem tratamento especifico, podendo acometer colo de útero, vagina, vulva e glande do pênis. Há mais de 40 subtipos desse vírus. Ele está presente em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero e também é conhecido pelo nome de cancro ou crista de galo.

Mesmo com as diversas campanhas do Ministério da Saúde o número de novos casos de câncer do colo do útero no Brasil no ano de 2008, superou os 18 mil (um risco estimado de 19 casos a cada 100 mil mulheres). A incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos comparado com os mais desenvolvidos. A doença torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico geralmente entre 45 a 49 anos.

Prevenção e Tratamento

De acordo com Alice Helena Rosante Garcia, médica oncologista, o contágio acontece pela relação sexual. Segundo ela, a prevenção se dá pela prática segura do sexo, além da realização do exame preventivo, conhecido popularmente como papanicolaou, uma vez ao ano. Toda mulher, em atividade sexual ou não deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.

Depois de muitas pesquisas, há cerca de dois anos foi finalmente liberada uma vacina para prevenção do HPV. No momento está em estudo no Ministério da Saúde a aplicação desse medicamento pelo SUS. É importante enfatizar que a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas. “Qualquer médico pode receitar a vacina, desde que a paciente respeite a faixa etária de 9 a 23 anos”, explica Garcia.

Segundo a médica, os principais sintomas do câncer do colo do útero são sangramento vaginal, corrimento, dor e desconforto durante as relações sexuais. O tratamento adequado para cada caso varia conforme a extensão da doença E deve ser avaliado e orientado por um médico.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Obama acaba com proibição de que pacientes com HIV entrem nos EUA

Achei simplesmente incrivel este progresso na humanidade. Esta semana participei de um curso de HIV/AIDS, onde vi de perto relato de pacientes portadores do virus e da doença, e era explicito o preconceito que eles sofrem. Porém, graças a Deus, ainda vivemos em uma país onde a democracia "impera" e o direito de ir e vir ainda é preservado.
Obama está começando uma nova era no EUA e no mundo, com quebra de barreiras raciais e sociais.
Estou muito orgulhosa e feliz com esta noticia.



Ele assinou extensão de leis que provêm tratamento para infectados.
Banimento já durava 22 anos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (30) o fim da proibição de que pessoas infectadas com o vírus HIV, da Aids, entrem nos Estados Unidos.

A proibição, que já durava 22 anos, acaba na segunda-feira, segundo Obama.

Obama fez o anúncio durante a assinatura da extensão do Ato Ryan White de Tratamento do HIV/Aids, que provê programas de educação, prevenção e tratamento para pacientes norte-americanos.

Obama argumentou que a proibição havia sido imposta em uma época em que os visitantes infectados eram tratados como uma "ameaça".

"Nós lideramos o mundo quando se trata de ajudar a conter a pandemia de Aids. Apesar disso, ainda somos um dos poucos países que ainda barram pessoas com HIV de entrar em nosso território", disse Obama. "Se nós queremos ser líderes mundiais no combate ao HIV/Aids, precisamos agir como líderes."

Ele afirmou que na segunda-feira o governo publicará uma norma definitiva que elimina a proibição de viagens que entrará em vigor em 2010.

O vírus da Aids infecta 33 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de um milhão de pessoas nos EUA.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Para nascer na hora certa


Uma das utopias dos obstetras é descobrir um jeito extremamente eficaz de predizer se a criança deixará o ventre materno antes do momento esperado. Esse sonho, compartilhado pelos futuros pais, instiga os cientistas a investigar métodos mais aptos a profetizar o término exato da gravidez e acertar em cheio a data do nascimento.

Com essa informação em mãos, seria possível acompanhar a gestação com cautela e, quando necessário, dispor de medidas terapêuticas com o objetivo de postergar a chegada do pequeno. Isso porque os especialistas estão cansados de saber que o fruto de um parto precoce, aquele que se antecipa à 37a semana, costuma sofrer para ingressar no mundo pósbarriga. “A prematuridade é a principal causa de morte e complicações dos recém-nascidos”, afirma o obstetra Roberto Bittar, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Nesse cenário, a ideia de pesquisadores sediados em Gotemburgo, na Suécia, foi analisar um painel de proteínas encontradas no colo do útero e no líquido amniótico que acusam se a gestação se encerrará antes dos nove meses. Em um trabalho publicado no periódico do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, eles mostraram, após avaliar 89 mulheres, que o teste de rastreamento dessas substâncias teria uma eficiência de 90%. Quando o resultado é positivo, há razões suficientes para os especialistas interferirem para segurar os eventuais bebês apressados.

A identificação desses marcadores de risco abre caminho a um exame ainda mais preciso para o pré-natal. Talvez nem todas as gestantes necessitem se submeter a ele um dia — que seja útil apenas às pacientes de risco. “Tudo vai depender do custo/benefício”, opina o obstetra Tenílson Amaral Oliveira, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. A vantagem seria apontar com maior precisão, entre aquelas em pretenso trabalho de parto, quem, de fato, vai dar à luz mais cedo.

Já na Inglaterra, cientistas do Imperial College London desvendaram uma proteína-chave no desenrolar desse quadro. Eles notaram que a substância comanda um processo inflamatório responsável por contrações anormais do útero. E conseguiram brecar, em laboratório, as reações disparadas por ela. Até que o mesmo resultado se concretize no corpo feminino, há alguns anos pela frente. O desafio não é pequeno devido à complexidade do assunto. “Ainda estamos longe de saber tudo o que está relacionado ao trabalho de parto prematuro”, diz Bittar.

Embora a maioria dos partos prematuros seja espontânea, uma parcela é induzida pelos próprios especialistas. “Em 25% dos casos o médico opta por interromper a gestação antes dos nove meses”, estima Bittar. “É uma prematuridade terapêutica, porque o objetivo, aí, é salvar a vida da criança”, justifica o obstetra Soubhi Kahhale, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

O procedimento, também adotado se a gravidez oferece perigo à mãe, entra em cena quando uma doença materna impõe sofrimento ao pequeno. “A hipertensão, por exemplo, dificulta o fluxo sanguíneo para o feto, diminuindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes e oferecendo até ameaça de morte”, explica o obstetra Olimpio Barbosa de Moraes Filho, da Universidade de Pernambuco.

Por isso, é imprescindível escoltar a gestação e suspeitar do que interfere em seu desfecho precoce — espontâneo ou não. Afora o acompanhamento clínico, hoje existem dois exames que visualizam o adiantamento da cegonha. Esses métodos costumam ser preconizados, a partir da 22a semana, a gestantes de risco, que já tiveram partos prematuros ou com dores e contrações intensas. O primeiro se vale de um ultrassom para medir o colo do útero. “Quanto menor o tamanho, maior a chance de um parto prematuro”, resume Tenílson Oliveira.

E o segundo é a dosagem de fibronectina, uma proteína coletada na vagina que indica a probabilidade de um nascimento ser capaz de furar o calendário. Normalmente, esse dedo-duro fica colado à membrana que recobre o feto. “Quando ela começa a desgrudar por causa das contrações, a fibronectina se desprende em direção à vagina”, explica Oliveira. “Se o resultado do teste for negativo, a chance de a paciente ter parto prematuro é menor que 1%”, conta Bittar. O problema é a situação inversa. “O exame resulta em muitos falsos positivos. Metade das mulheres com uma resposta afirmativa não enfrentará um parto antes da hora”, reconhece Tenílson. Ainda assim, por precaução, a presença da tal proteína sugere um cuidado redobrado com a grávida, que, se preciso, deve ser hospitalizada.

Outra medida revolucionária na prevenção do parto precoce foi introduzida por uma equipe do Hospital das Clínicas paulistano há seis anos. Ela provou que o uso de progesterona natural, o hormônio que mantém a gestação, é uma estratégia segura e eficiente para prolongar a estada do bebê no útero. “A progesterona reduz em 50% o risco de prematuridade em mulheres com histórico do problema”, diz Bittar, que orientou os estudos. Ela deve ser aplicada diariamente na forma de uma cápsula introduzida na vagina. “Utilizado entre a 16a e a 36a semanas de gestação, o hormônio diminui as contrações do útero e é um anti-inflamatório local.”

Quando há fortes indícios de que o novo integrante da família chegará com antecedência, os médicos também lançam mão de recursos que visam ao menos adiar em até algumas semanas o fim da gravidez. “Hoje há drogas inibidoras de contração sem os efeitos colaterais do passado”, diz Kahhale. Sem falar em tratamentos que garantem o melhor desenvolvimento da criança. Tanto esforço faz sentido. “A melhor UTI neonatal é o ventre materno, desde que, é claro, ele não esteja prejudicando o bebê”, sentencia Kahhale.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Respiração boca a boca reduz chances de sobrevivência

Antes preconizada como parte importante da ressuscitação cardiopulmonar, a respiração boca a boca prejudica o procedimento e reduz as chances de sobrevivência do paciente com parada cardíaca.

Estudos apontam uma taxa de sobrevivência três vezes maior em pessoas submetidas apenas às compressões contínuas no peito até a chegada de socorro. Por esse motivo, a Ilcor (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação, na sigla em inglês), entidade que reúne as principais associações de cardiologia, mudará a partir de 2010 as diretrizes para procedimentos de emergência em parada cardíaca. De acordo com a nova orientação, somente a massagem cardíaca deverá ser aplicada pelo leigo.

"É simples entender por quê. Quando o coração para, o mais importante é manter o fluxo sanguíneo com a compressão. A respiração boca a boca é uma das causas que levam a diminuição do fluxo," afirma o cardiologista Sérgio Timerman, do InCor (Instituto do Coração).
O consenso será publicado nos principais periódicos internacionais de cardiologia em outubro de 2010, mas já vem sendo discutido em vários países, incluindo o Brasil.

O voluntário deve ficar ao lado do paciente e iniciar as compressões, pressionando a região entre os mamilos 4 cm para baixo e retornando à posição inicial até a ajuda chegar.

"O leigo deve esquecer a respiração boca a boca e aplicar somente compressão a partir de agora. Essa é uma das maiores descobertas da emergência cardiovascular dos últimos tempos. Para médicos, a orientação é que a massagem deve ser prioridade, antes de se preocuparem com choque, medicamentos etc.", afirma o cardiologista Manoel Canesin, coordenador do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Haverá mudanças também com relação ao uso do desfibrilador. A aplicação de choque pode ocorrer antes da massagem somente até cerca de quatro minutos após a parada do coração. Depois desse tempo, a compressão deve preceder o uso de desfibrilador. Isso porque, após esse período, há alterações metabólicas no organismo e o coração precisa ser preparado com a compressão antes de receber o choque.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma em cada cinco crianças não recebe vacinas, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou nesta quarta-feira que nunca antes houve um registro maior de crianças vacinadas no mundo, mas, mesmo assim, uma criança em cada cinco - a maioria em países pobres - ainda não recebe vacinas.

No ano passado, 106 milhões de crianças foram vacinadas contra doenças como sarampo, tétano e difteria. Trata-se do maior número já registrado pela entidade, segundo um novo relatório.

Porém, 24 milhões de crianças ainda não têm acesso à imunização.
Países da África e da Ásia são os que mais sofrem com a falta de vacinas, sobretudo em áreas de conflito onde não há serviços médicos.

Pobres e ricos

A OMS pediu que mais dinheiro - cerca de US$ 1 bilhão por ano - seja investido para garantir a imunização das crianças.
A entidade estima que, se 90% das com menos de cinco anos de idade receberem vacinas, dois milhões de vidas seriam salvas por ano.

"A morte por sarampo caiu 74% entre 2000 e 2007, e as vacinas tiveram um papel importante nesta queda", disse a diretora-executiva da Unicef, Ann Veneman, comentando o relatório da OMS.

A organização disse que o desenvolvimento de vacinas novas e mais caras fará com que os custos de saúde pública subam no mundo. Segundo o relatório, o custo médio de vacinas por criança subirá de US$ 6, em 2000, para US$ 18, no próximo ano.

O anúncio da OMS coincide com a chegada de milhões de lotes de vacina contra a gripe suína em países ricos.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, alertou para a necessidade de dar acesso a vacinas também aos países pobres.

"A pandemia de gripe chama a atenção para a promessa e o dinamismo do desenvolvimento de vacinas hoje", disse Chan.

"No entanto, nos lembra mais uma vez dos obstáculos em levar os benefícios da ciência às pessoas dos países pobres. Nós precisamos vencer as barreiras que separam os ricos dos pobres - entre aqueles que recebem vacinas que salvam vidas e aqueles que não as recebem."

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Duas ou mais gestações elevam em 60% risco de síndrome metabólica

Mulheres que têm filhos são mais suscetíveis a desenvolver síndrome metabólica, revela um estudo do Kaiser Permanente (EUA) com 1.451 participantes. No início do trabalho, elas tinham de 18 a 30 anos e nenhuma delas era mãe. Ao longo de duas décadas, 359 engravidaram e 259 apresentaram síndrome metabólica, um conjunto de sintomas associado à elevação do risco de doenças cardiovasculares.

Depois de fazer ajustes estatísticos, os autores descobriram que uma gravidez única e saudável aumenta o risco de síndrome metabólica em cerca de 30%, enquanto duas ou mais gravidezes saudáveis elevam a chance em 60%. Entre as que tiveram diabetes gestacional, o risco mais do que dobrou.

Segundo o endocrinologista Bruno Geloneze, coordenador do Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), acredita-se atualmente que o ideal seja ter de um a três filhos. "A novidade desse trabalho é contestar o conhecimento vigente, apontando para o risco de síndrome metabólica já a partir do fato de conceber pela primeira vez."

As mulheres que desenvolveram a síndrome eram mais pesadas, tinham cintura mais larga, comiam menos fibras, tinham menos escolaridade e eram menos ativas --o que era esperado. "Mas durante o seguimento foi feito um ajuste estatístico para IMC e atividade física, indicando que a mudança explicaria apenas uma parte do maior número de casos de síndrome metabólica nas que engravidaram, sugerindo outro mecanismo subjacente", diz.

Segundo ele, a hipótese mais razoável é a de que a gravidez leva a alterações metabólicas decorrentes do acúmulo de gordura visceral. "Médicos e pacientes devem estar atentos a medidas preventivas e de detecção da síndrome", afirma.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Psicopatas são distraídos, e não frios, diz estudo

Um deficit de atenção, em vez da incapacidade de sentir emoções, pode ser o que faz os indivíduos psicopatas parecerem valentes. Trata-se de uma constatação que desafia o estereótipo comum dessas pessoas como predadores de sangue-frio.

"Muitos dos problemas deles podem ser consequência de algo que é quase como uma dificuldade de aprendizagem", afirma Joseph Newman, psicólogo da Universidade de Wisconsin-Madison que investigou como prisioneiros com personalidades com características de psicopatia reagiam quando situações de dor eram antecipadas.

Experimentos prévios sugeriram que muitas pessoas podem não sentir medo, enquanto estudos sobre imagens cerebrais encontraram anormalidades na amígdala cerebral, região que processa medos e demais emoções. Isto encorajou a percepção de que eles são "emocionalmente superficiais", afirmou Newman. "Pessoas os chamam de predadores a sangue-frio". Mas ele questionou se essa era a versão completa da história.

Narcisistas, impulsivos e cruéis

Com o intuito de entender por que pessoas se comportam desta forma, a equipe de Newman selecionou 125 prisioneiros do sexo masculino condenados por crimes sérios e com traços de personalidade pontuados como psicopatas --incluindo narcisismo, impulsividade e crueldade. Por volta de 20% deste grupo tiveram pontuações tão altas para serem descritos como psicopatas --uma proporção típica na população de criminosos, mas bem acima do 1% esperado na população em geral.

Os pesquisadores então colocaram um dispositivo que mede a intensidade das piscadas em cada prisioneiro --uma indicação da forma como sentem medo-- e posicionaram uma tela à frente deles.

Os temas de tarefas eram dados em letras verdes ou vermelhas que piscavam na tela --um choque elétrico seguia-se, algumas vezes, às letras vermelhas, mas nunca às letras verdes.

Quando instruídos a apertar botões para indicar se as letras eram verdes ou vermelhas, os indivíduos com características marcantemente psicopatas vacilaram na resposta às letras vermelhas do mesmo modo que outros presos hesitavam.

Entretanto, quanto eles foram orientados a indicar se as letras eram maiúsculas ou minúsculas, os prisioneiros psicopatas nem sequer pestanejaram ao ver as letras vermelhas, enquanto os outros presos prosseguiram antecipando o choque leve.

Isso sugere que os indivíduos psicopatas sentem medo tanto quanto qualquer outra pessoa, e só aparentam não ter medo porque têm grande dificuldade de prestar atenção em diferenciar o que é assustador e o que não é, observa o pesquisador. Newman espera que sua hipótese possa ser usada para desencorajar reincidência em crimes cometidos por psicopatas. "Eles são famosos por serem difíceis, senão impossíveis de tratar."

Donald Hands, diretor de psicologia do Departamento de Correção de Wisconsin, está trabalhando com Newman para desenvolver um programa de tratamento piloto. A lembrança aos infratores psicopatas sobre as consequências imediatas de seus atos --como estar preso e ser enviado de volta à prisão-- pode ajudar a dissuadi-los quanto à reincidência, diz ele.

A conclusão de Newman pode ajudar a persuadir também as autoridades prisionais, a fim de que tratem diferentemente os indivíduos psicopatas. "Acho que isso demonstra que há alguma humanidade ali", diz Hands. "A pesquisa contradiz a crença de que eles sejam robôs."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

31% dos lares brasileiros têm morador com doença crônica

Um em cada três domicílios brasileiros tem ao menos um morador com doença crônica. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Datafolha para uma empresa farmacêutica, entre 18 e 22 de agosto.

É chamada crônica a doença que interfere no estado do paciente por período prolongado. Muitas, como o diabetes e a hipertensão, podem ser controladas, mas não curadas. Não tratadas, podem levar à incapacitação e à morte precoce.

O envelhecimento da população é um dos principais fatores para o aumento de doenças crônicas no mundo todo, segundo a pesquisadora Maria Lúcia Lebrão, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Lebrão diz que há pesquisas apontando que 82% dos moradores da cidade de São Paulo com mais de 66 anos têm ao menos uma dessas doenças. A mais comum é a hipertensão.

Em termos da população em geral, considerando todas as faixas etárias, 30% é um número bem alto, na avaliação de Lebrão. "É preciso uma série de medidas para permitir que essa população controle a doença e para garantir a sua qualidade de vida. E isso não é só distribuir medicamentos. Uma das maiores dificuldades para o controle da doença crônica é garantir a aderência ao tratamento."

O aumento da expectativa de vida pode dificultar ainda mais a situação. "Conseguimos jogar a mortalidade para frente. Agora, o nó da questão é saber se as pessoas vão começar a apresentar a doença crônica na mesma idade ou mais tarde. Se continuarem a ficar doentes na mesma idade e viverem por mais tempo, teremos que cuidar delas por um período mais prolongado, e o impacto disso na saúde pública é enorme."

Na pesquisa feita pelo Datafolha, a maioria dos pacientes crônicos vai ao médico regularmente e toma medicamentos -quase metade (49%) adquire os remédios gratuitamente. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Stephen Stefani, do comitê latino-americano da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Estudos de Desfechos, que ajudou a elaborar as perguntas da pesquisa, diz que a ideia é quantificar o problema, para a elaboração de estratégias de prevenção e controle mais eficazes -tanto para o paciente quanto para o sistema de saúde- além de mapear a ocorrência dessas doenças no país.

A menor prevalência de doenças crônicas foi observada na região Norte (23%), e a maior, no Nordeste (36%).

O percentual de domicílios com doentes crônicos, 31%, corresponde grosso modo aos números observados nos países desenvolvidos ocidentais, segundo Stefani. "Mas, embora não tenhamos esse dado na pesquisa, acredito que em vários países desenvolvidos o manejo desses pacientes seja melhor, garantindo uma melhor qualidade de vida", diz ele.

O professor de clínica médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Olzon ressalta que a melhor estratégia para manejar a doença crônica é a prevenção primária (com alimentação saudável e prática regular de exercícios, por exemplo). "Se você muda os hábitos de vida, a tendência é que os casos dessas doenças diminuam, se desenvolvam mais tardiamente e apresentem menos doenças associadas", diz.

sábado, 10 de outubro de 2009

Após a fase do aleitamento exclusivo, ferro é essencial para a criança


Já virou chavão dizer que o leite materno é o alimento perfeito para o bebê. Mas, quando o assunto é tão importante assim, nunca é demais repetir. Afinal, o leite materno fornece todos os nutrientes que o bebê necessita, na quantidade adequada, e facilmente digeridos pelos pequenos. Também é repleto de anticorpos e ajuda a estabelecer o sistema imunológico da criança.

Além disso, contém substâncias que ajudam o desenvolvimento do cérebro e o crescimento da criança. "O leite materno é tudo o que o bebê precisa. É uma fonte riquíssima de nutrientes e anticorpos, sustenta e protege a criança, contribuindo para seu desenvolvimento adequado", aponta a nutricionista Marina Salgado.

Estudos comprovam que bebês que são alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade têm menos cólica, dor de ouvido e doenças respiratórias, além de ter menos chances de desenvolver alergias. É por tudo isso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha que os bebês recebam apenas o leite materno até o sexto mês. A partir de então, outros alimentos podem ser apresentados, porém a amamentação deve continuar até a criança completar dois anos.

A partir dos seis meses, o sistema digestivo já está maduro o suficiente para receber comidas sólidas. Nessa fase, é importante apresentar alimentos de fácil mastigação e digestão, e deixar o bebê experimentar texturas e sabores diferentes. A variedade é importante e prepara a criança a aceitar alimentos diferentes quando cresce - além de que diferentes alimentos fornecem diferentes nutrientes.

Como nesse estágio o armazenamento de ferro diminui consideravelmente, os bebês vão precisar repor o mineral através da alimentação. Uma boa fonte de ferro é a carne vermelha, que deve ser cozida e não frita - uma opção é misturar o caldo da carne cozida às papinhas preparadas em casa.

Outras fontes de ferro são os vegetais folhosos de cor verde-escura, como agrião e couve, e leguminosas, como o feijão, a ervilha e a lentilha. Como os ossos do bebê estão em desenvolvimento, é preciso também garantir a ingestão de cálcio. A melhor fonte de cálcio é o próprio leite materno, que deve ser consumido na quantidade de 500 ml a 600 ml por dia.

Nessa fase deve-se evitar sal e açúcar, além de frituras, peixes, mariscos e ovos. "Também devem ser evitados queijinhos, iogurtes, bolachas recheadas e produtos industrializados, pois não são muito nutritivos e podem desencadear alergia nos bebês", aponta Salgado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cegueira pode mesmo intensificar outros sentidos, diz estudo

afirmação familiar é tema de muitos roteiros de Hollywood --como "Demolidor", no qual a repentina cegueira de um advogado intensifica seus outros sentidos e o transforma em super-herói. Estudos sugerem que a história é mais real que fantasia.

Numa série de estudos, neurocientistas da McGill University testaram participantes cegos e com visão normal para verificar a percepção e habilidade de localizar sons.

Os participantes cegos geralmente tiveram pontuação maior, o que foi uma grande surpresa --até que os cientistas descobriram que o momento em que os participantes tinham ficado cegos afetava seu desempenho.

Os cegos de nascença se saíram melhor, os que ficaram cegos quando crianças ficaram um pouco atrás, e os que perderam a visão após os dez anos de idade não foram melhores que os participantes de visão normal.

A implicação é que um cérebro jovem poderia ser requalificado para que as áreas de processamento visual fossem utilizadas com outros propósitos.

Talvez a maior prova disso tenha sido mostrada em estudos de imagens cerebrais, nos quais cientistas descobriram que indivíduos cegos que melhor puderam localizar um som envolviam tanto o córtex auditivo quanto o occipital, onde ocorre a percepção visual. Participantes cegos que tiveram baixo desempenho, assim como os indivíduos de visão normal, tiveram pouca ou nenhuma atividade no lóbulo visual.

Outros estudos tiveram resultados similares com a identificação de odores e sensações táteis.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Prematuridade mata 1 milhão de bebês ao ano no mundo

Mais de um milhão de crianças morrem a cada ano no mundo em razão da prematuridade, revela um estudo financiado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O trabalho foi divulgado ontem (5) durante uma conferência internacional sobre defeitos no nascimento, em Nova Déli (Índia).

A estimativa é que, por ano, 13 milhões de bebês nasçam antes da 37ª semana de gestação. São quase 10% dos nascimentos.

De acordo com o estudo, a maior taxa de prematuridade é registrada na África, seguida pela América do Norte (Estados Unidos e Canadá).

Só nos EUA, o custo anual do sistema de saúde com os prematuros e seus problemas de saúde chega a US$ 26 milhões.

"Nascimentos prematuros representam um enorme problema global, que tem um grande impacto emocional, físico e financeiro nas famílias, nos sistemas de saúde e nas economias", disse Jennifer Howse, presidente do Instituto March of Dimes, entidade norte-americana que faz pesquisas sobre prematuridade.

A taxa média de prematuros no mundo é estimada em 9,6% de total de nascimentos. Na África, chega a 12%. No Brasil, o índice de bebês prematuros cresceu 27% em dez anos (entre 1997 e 2006), saltando de 5,3% do total de nascimentos (153.333) para 6,7% (194.783).

domingo, 4 de outubro de 2009

Câncer ocupacional mata cerca de 200 mil pessoas a cada ano no mundo

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 200 mil pessoas morrem a cada ano no mundo por algum tipo de câncer relacionado ao ambiente de trabalho.

Segundo a coordenadora de Vigilância e Prevenção do Câncer do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Silvana Rubano Turci, não existem números sobre o câncer ocupacional no Brasil. Ela afirma que quando a doença é diagnosticada não se faz uma entrevista com o paciente para conhecer sua rotina, hábitos e as possíveis causas da doença.

Silvana explica que os principais fatores associados ao câncer são o tabaco, a alimentação, a exposição ocupacional, a exposição à radiação e ao sol. De acordo com ela, é difícil relacionar o câncer à exposição a um só fator.

"A gente tem uma série de fontes e fica muito difícil estabelecer que aquele determinado câncer está relacionado a uma só exposição, mas pode sim estar relacionado a exposições com baixas doses durante a vida toda e não a um único agente, mas a vários agentes e a uma mistura desses agentes" explica.

Um dos fatores que causa câncer é o amianto. O presidente da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), Eliezer João de Souza, luta pela proibição do uso do produto no país e conta que nos 13 anos em que trabalhou em uma empresa que usava amianto não foi alertado do risco que corria.

"Eu e todos os funcionários, uma média de 10 mil, que trabalharam nessa empresa. A gente foi enganado, ninguém sabia que o amianto era cancerígeno. Aí um monte de gente que já morreu, e outras ficaram doentes, tiveram mesotelioma, câncer de pulmão, de laringe", conta Eliezer.

Segundo estimativas do Inca, a projeção para o ano 2020 é que 15 milhões de pessoas apresentem novos casos de câncer.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Falta de diagnóstico simples prejudica prevenção de câncer do intestino

Aos 101 anos de idade, o arquiteto Oscar Niemeyer foi operado de urgência para retirada de um tumor de intestino que estava sangrando e que foi detectado durante o período pós-operatório de outra cirurgia. O que fazer para não ser surpreendido por uma situação como essa? Existem métodos de diagnóstico mais precoces desses tumores?

Menos da metade das pessoas faz exame preventivo para câncer do intestino. O diagnóstico de um tumor do intestino começa muitas vezes com a pesquisa do sangue oculto nas fezes. É um teste simples, que pode indicar a necessidade de uma investigação mais profunda.

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De janeiro a outubro de 2007 só 74 mil colonoscopias foram realizadas em um universo de mais de 15 milhões de brasileiros acima dos 60 anos
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Porém, o método que permite melhor oportunidade de diagnóstico precoce é a colonoscopia. A colonoscopia é um exame endoscópico que permite a detecção precoce dos tumores do intestino grosso, aumentando as possibilidades de tratamento curativo.

O câncer do intestino grosso ou cólon é muito comum em homens e mulheres e causa milhares de mortes todos os anos. No Brasil esses tumores respondem por cerca de 8% dos óbitos por neoplasias malignas a cada ano.

Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com o diagnóstico precoce. A taxa de sobrevivência das pessoas diagnosticadas e tratadas na fase inicial é de mais de 90% nos primeiros cinco anos. Infelizmente, mesmo nos Estados Unidos só 39% dos tumores são descobertos nessa fase.

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A colonoscopia é um dos poucos métodos diagnósticos que também são terapêuticos
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A colonoscopia faz parte das diretrizes internacionais de prevenção e é indicada para todos os indivíduos acima dos 50 anos de idade. Nos casos de pessoas com histórico familiar para câncer do intestino, o exame deve ser realizado mais cedo, a critério do médico que acompanha o paciente.

A colonoscopia, que permite a visualização direta de todo o intestino grosso, é um dos poucos métodos diagnósticos que também são terapêuticos, já que os pólipos ou pequenos tumores descobertos durante o procedimento podem ser retirados de pronto.

A baixa utilização do método de diagnóstico se repete no Brasil, onde o Ministério da Saúde registrou de janeiro a outubro de 2007 a realização de apenas 74 mil colonoscopias, em um universo de mais de 15 milhões de brasileiros acima dos 60 anos. Desse grupo, 77% foram feitas nas regiões Sul e Sudeste.

Somente com a implementação de políticas de prevenção efetivas e abrangentes poderemos diminuir o impacto dessa doença que mata mais de 10 mil pessoas por ano em nosso país.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Novo Código de Ética proíbe médico de receitar medicamento para ganhar comissão

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou no Diário Oficial da União de hoje (24) o novo Código de Ética Médica. A principal novidade é que os médicos ficam proibidos de recomendar a pacientes o uso de determinado medicamento para ganhar comissão da indústria farmacêutica. Em palestras e trabalhos científicos, os profissionais precisarão deixar claro se recebem patrocínio.

Outra novidade é a que proíbe os médicos de se submeterem à pressão de hospitais e clínicas para atender o maior número de pacientes por jornada. A resolução do CFM também proíbe a criação de embriões para pesquisa e a escolha do sexo do bebê nas clínicas de reprodução assistida.

De acordo com o novo código, o paciente terá direito à informação sobre a própria saúde e sobre as decisões relacionadas ao tratamento, que terão de ser tomadas sempre em parceria com o médico.

Para o presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, o código é uma reafirmação de um discurso de compromisso da profissão médica com a população. O documento é resultado de dois anos de debates e análises de entidades e especialistas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Leis antifumo reduziram ataques cardíacos em um terço, dizem estudos

Dois estudos americanos publicados nesta semana indicam que as leis antifumo tiveram um impacto bem maior do que o esperado na prevenção de ataques cardíacos.

Os estudos apontam que o número de ataques cardíacos na Europa e América do Norte chegaram a cair em torno de um terço após a introdução das leis que proíbem o fumo em locais públicos.

O primeiro estudo, realizado pela Universidade do Kansas, realizou uma revisão sistemática de 10 relatórios de 11 regiões diferentes nos EUA, Canadá e Europa que adotaram as leis antifumo.

Os resultados, publicados na revista científica Journal of the American College of Cardiology, indicam que o número de ataques cardíacos reduziu em até 26% por ano depois da adoção das leis.

"A proibição do fumo em locais públicos parece ser tremendamente eficaz em reduzir os ataques cardíacos e, teoricamente, também podem prevenir o câncer de pulmão e o enfisema", afirmou David Meyers, que liderou a pesquisa.

Segundo ele, os benefícios cardíacos aumentaram conforme o tempo de vigência das leis.

O pesquisador afirma que os primeiros efeitos positivos puderam ser percebidos logo nos três primeiros meses de vigência das leis, quando o número de ataques cardíacos já apresentou um declínio.

Efeito positivo

A segunda pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade da Califórnia e publicado na revista científica Circulation, analisou 13 pesquisas sobre o tema realizadas na América do Norte, Itália, Escócia e Irlanda.

Os resultados mostram que, apesar das diferenças regionais, a redução do risco de ataques cardíacos após a adoção das leis antifumo foram consistentes e chegaram a 17% apenas no primeiro ano de vigência da lei.

Assim como na pesquisa anterior, o impacto positivo das leis também aumentou conforme o tempo de vigência da legislação e o risco de ataques cardíacos chegou a cair 36% nos três anos após a adoção das novas leis.

"Obviamente não vamos reduzir os ataques cardíacos a zero, mas essas descobertas nos dão provas de que no curto e médio prazo, a proibição dos fumos em locais públicos prevenirá muitos ataques", disse James Lightwood, que liderou a pesquisa.

"O estudo contribui para as fortes evidências de que o fumo passivo causa ataques cardíacos e que aprovar leis antifumo em locais de trabalho e espaços públicos é algo que podemos fazer para proteger o público", afirmou o pesquisador.

De acordo com Ellen Mason, da ONG British Heart Foundation, o estudo mostra o impacto positivo das legislações que proíbem o fumo em locais públicos na saúde cardíaca.

"As estatísticas mostram ainda a rapidez com a qual os benefícios podem ser sentidos depois da adoção das leis e indicam como o fumo passivo pode ser perigoso para o coração", disse Mason.

"Se você é um fumante, a única coisa grande que pode fazer para prevenir ataques cardíacos é parar de fumar, o que também pode proteger a saúde de seus amigos e familiares", afirmou.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Número de partos em adolescentes cai 30% em dez anos, diz ministério

O número de partos em adolescentes atendidos pela rede pública de saúde caiu 30,6% no Brasil entre 1998 e 2008. A informação é de um levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (22), que mostra que os 699.718 partos registrados em 1998 diminuíram e chegaram a 485.639 no ano passado.

Segundo o ministério, as principais causas desta redução são o acesso a políticas de prevenção à gravidez não planejada e a orientação sobre saúde sexual.
Quase todos os Estados brasileiros tiveram queda nos números de partos em adolescentes atendidos. A exceção foi o Amapá, que viu o índice crescer 39,26% no período, saltando de 2.379 partos em meninas de 10 a 19 anos para 3.313 em 2008.

Rondônia teve a maior redução proporcional: 51,67%. Se em 1998 foram feitos 8.217 partos pela rede pública, em 2008 o SUS (Sistema Único de Saúde) auxiliou em 3.971 nascimentos.

A maior redução absoluta foi verificada em São Paulo. De 108.393 partos, o número foi para 73.876, uma queda de 31,84% - acima da média brasileira.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Derrames em crianças são muito mais comuns do que se acreditava, diz estudo

Derrames em crianças são raros – cerca de 2,4 por 100 mil crianças por ano nos Estados Unidos –, mas é de duas a quatro vezes mais frequente do que se pensava, segundo estudo publicado na última edição da revista Stroke. De acordo com especialistas da Universidade da Califórnia, apesar de não ser muito frequente, a condição merece atenção especial, por ser uma importante causa de incapacidade na criança.

As estimativas anteriores eram baseados em pesquisas de códigos diagnósticos de hospitais, o que, segundo os especialistas, perdia muitos casos de derrame nas crianças. No novo levantamento, foram pesquisados registros de 2,3 milhões de crianças e adolescentes com menos de 20 anos da base de dados da instituição médico-científica Kaiser Permanente. A partir disso, foram avaliados não apenas os diagnósticos, mas expressões chave nos relatórios radiológicos e registros médicos.

“Nossa taxa geral de incidência de derrame isquêmico de 2,4 por 100 mil pessoas-ano é duas a quatro vezes maior do que a estimativa anteriormente publicada em crianças nos Estados Unidos que também incluiu derrames perinatal” concluiu a pesquisadora Nidhi Agrawal.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Menstruação precoce aumenta risco de complicações no parto

As meninas que começam a menstruar antes dos 12 anos têm mais chances de sofrer complicações ao dar à luz seu primeiro filho e de precisar da ajuda de cesárea ou fórceps, segundo um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Os autores do estudo, publicado hoje no "British Journal of Obstetrics and Gynaecology", afirmam que isso ocorre porque se uma jovem começa a menstruar muito cedo, o útero fica exposto durante mais tempo aos hormônios femininos --estrogênios e progesterona--, que, com o passar do tempo, complicam a tarefa essencial deste órgão no momento de dar à luz.

O diretor do estudo, o professor Gordon Smith, afirmou que esta descoberta "apoia a tese de que uma estimulação hormonal prolongada ao útero antes da primeira gravidez afeta diretamente o parto".

Assim, ocorre uma espécie de "desgaste" do útero que aumenta a probabilidade de ter de recorrer à ajuda da cesárea ou do fórceps, assim como nos casos das mães de "primeira viagem" com mais de 45 anos.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores analisaram os partos de 3,739 mil mulheres que deram à luz pela primeira vez e observaram que aquelas que começaram a menstruar antes dos 12 anos eram mais propensas a precisar de algum tipo de intervenção médica.

Por outro lado, aquelas que tiveram a primeira menstruação após os 15 anos conseguiam, na maioria, dar à luz sem nenhum tipo de ajuda complementar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Problemas de saúde mental são mais comuns do que se pensava, alertam especialistas

A prevalência de ansiedade, depressão e abuso de drogas pode ser o dobro do que a comunidade médica acreditava, segundo estudo liderado pela Universidade Duke, nos Estados Unidos. Acompanhando mais de mil neozelandeses do nascimento aos 32 anos, os pesquisadores notaram que as pessoas sub-notificam – ou escondem – a quantidade de problemas de saúde mental que sofreram, quando perguntadas sobre seu histórico. E outro estudo na mesma linha, realizado com 1,4 mil crianças americanas de nove a 13 anos, e que foram acompanhadas até quase 30 anos, mostrou um padrão similar.

Baseados nessas descobertas, os pesquisadores alertam que estudos em que os participantes relatam de memória suas experiências com problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e dependência de álcool e maconha, parecem não ser totalmente confiáveis para apontar a prevalência desses problemas. E os estudos longitudinais que acompanham os voluntários em longo prazo são raros e caros.

"Se você começar com um grupo de crianças e acompanhá-las por toda sua vida, mais cedo ou mais tarde, quase todas irão experimentar um desses transtornos", disse a neurocientista Terrie Moffitt. E a psicóloga Jane Costello acrescentou que devemos considerar que os problemas de saúde mental são muito comuns e que "as pessoas estão crescendo prejudicadas, não tratadas e sem ‘funcionar’ em sua capacidade máxima, porque temos ignorado isso".

De acordo com os especialistas, os melhores estudos retrospectivos indicam que a incidência de depressão em pessoas com idades entre 18 e 32 anos é de 18%, mas alguns deles têm sido criticados por apresentar uma taxa mais elevada. Uma das análises mais recentes, o estudo Dunedin, por exemplo, indica que 41% das pessoas dessa faixa etária já tiveram depressão. Da mesma forma, enquanto diversas pesquisas indicam uma prevalência de dependência de álcool de 6% a 17% na faixa etária de 18 a 32 anos, o estudo Dunedin indica uma taxa de 32% para esse problema.

Os autores destacam que os resultados podem apontar para duas direções: por um lado, pode-se argumentar que os padrões de diagnóstico têm sido muito incipientes, e outro fator a ser considerado é que isso indica que é necessário um cuidado de saúde mental maior e melhor, porque esses distúrbios são mais comuns do que se pensava. "Os pesquisadores podem começar a se perguntar por que tantas pessoas experimentam um distúrbio pelo menos uma vez durante sua vida e o que isso significa para a forma como definimos a saúde mental, prestamos serviços e contamos o peso econômico das doenças mentais", concluíram.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Psicótico que mora com a família procura ajuda mais rápido, diz estudo

São Paulo - Morar com a família faz com que os psicóticos procurem ajuda mais rápido. Essa é uma das conclusões de um estudo de mestrado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)- "Período de psicose sem tratamento (PPST) em indivíduos com psicoses funcionais (casos incidentes) na Cidade de São Paulo", desenvolvido pela terapeuta ocupacional Alexandra Martini de Oliveira. A pesquisa mostrou que o tempo médio que um paciente desse tipo leva para entrar em contato com o serviço de saúde são 4,1 semanas a partir dos primeiros sintomas psicóticos.

Os dados para a pesquisa foram retirados do "Estudo de casos incidentes (primeiro contato com serviços de saúde) de psicoses funcionais no Brasil", coordenado na FMUSP pelo professor Paulo Rossi Menezes. Esse estudo fez uma análise epidemiológica e investigou a incidência das psicoses funcionais em São Paulo e os fatores de risco para o desenvolvimento das psicoses. O que caracteriza o transtorno psicótico são os delírios (pensamentos que não condizem com a realidade, como medo de perseguição) e alucinações (ouvir vozes, ver objetos e coisas inexistentes). O psicótico pode apresentar, também, desorganização no pensamento e na fala.

Quanto mais tempo demora o diagnóstico e tratamento da psicose, maior a chance de o paciente ter uma evolução ruim da doença (resistência a medicação, sintomas psicóticos mais graves). Alexandra explica que, de acordo com alguns estudos, "a psicose é "neurotóxica", pois ela causa alterações químicas que acabam matando neurônios e a pessoa com psicose, que fica muito tempo sem tratamento, pode se tornar mais resistente ao tratamento medicamentoso". Alexandra observou que "as pessoas que demoram mais para entrar em contato com serviços de saúde, geralmente não moram com a família, têm declínio do funcionamento social, que é o mesmo que dizer que saem menos de casa, deixam de ir a reuniões familiares, a festas, a igreja."

O estudo envolveu 200 pacientes. Destes, 105 (52%) eram mulheres A média de idade foi de 32,3 anos, e 165 (82,5%) moravam com familiares. Outros 148 participantes (74%) haviam feito o primeiro contato em serviços de emergência, enquanto 122(61,0%) apresentaram diagnóstico de psicose não-afetiva e 78 (39%) de psicose afetiva (relacionados às alterações patológicas do humor). Entre os envolvidos, 106 (53,%) apresentaram funcionamento social "muito bom ou bom". Os participantes que não trabalhavam demoraram duas vezes mais para procurar serviços de saúde do que os que tinham ocupação.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hipertensão na gravidez aumenta risco também após o parto

As mulheres que desenvolvem hipertensão durante a gravidez devem passar por uma avaliação seis meses após o parto. A recomendação consta das novas diretrizes sobre cardiopatia na gravidez, que acabam de ser elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A orientação se baseia em pesquisas que mostram que mulheres com pré-eclâmpsia (uma das complicações hipertensivas da gestação, que pode levar ao parto prematuro e à morte da mãe) têm um risco quatro vezes maior de desenvolver hipertensão arterial crônica e quase duas vezes mais chance de ter doença arterial coronariana, derrame e tromboembolismo venoso num intervalo de até 14 anos após a gestação. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que o problema terminava com o parto.

"A maioria dos cardiologistas e dos obstetras ainda desconhece que essa complicação gestacional aumenta o risco de doença cardiovascular precoce nessas mulheres", diz a cardiologista Citânia Tedoldi, editora das novas diretrizes. "A hipertensão na gravidez pode induzir alterações a longo prazo que estão associadas ao aumento desse risco", explica.

Por isso, esse grupo de pacientes deve ter seu perfil de risco cardiovascular avaliado, incluindo seus hábitos de vida, seis meses depois do parto e começar a adotar medidas preventivas o quanto antes.

"O acompanhamento deve ser não só no pós-parto como ao longo da vida da mulher, com exames rastreadores e diagnóstico dos distúrbios hipertensivos", diz o ginecologista Denis Nascimento, da Universidade Federal do Paraná.

"Essas mulheres precisam adotar mudanças no estilo de vida recomendadas aos hipertensos, como controle do consumo de sal e do peso e adoção da prática de atividade física moderada, como caminhada", acrescenta o cardiologista Ivan Cordovil, chefe do Departamento de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro.

Ainda não se sabe o que desencadeia as complicações hipertensivas na gravidez em mulheres saudáveis. Algumas apresentam somente elevação da pressão.

Já a pré-eclâmpsia é uma complicação grave, que traz risco de morte à mulher. Além da hipertensão, ocorre perda de proteínas na urina e inchaço.

O risco de pré-eclâmpsia é maior na primeira gestação, em obesas, nas diabéticas e em quem tem história familiar.

O documento com as novas diretrizes, que deve ser publicado em breve, também traz uma atualização completa de todos os aspectos da cardiologia na mulher. "Queremos orientar sobre os tratamentos mais adequados de acordo com as últimas evidências científicas", diz Tedoldi.

As doenças do coração são consideradas a maior causa de morte materna indireta -ou seja, aquelas que não são provocadas por causas obstétricas, como hemorragias e infecções.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

HPV atinge 65% das mulheres na primeira relação sexual

São Paulo - O HPV - papilomavírus humano - contamina cerca de 65% das mulheres do mundo logo na primeira relação sexual. Elsa Gay, ginecologista do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), diz que 32% das mulheres e 47% dos homens brasileiros iniciam a vida sexual antes dos 14 anos. "Esse início precoce pede ainda mais prevenção." O exame de Papanicolau é a maneira mais confiável de diagnosticar tanto o HPV quanto outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).

A maioria - 90% - das mulheres conseguem se livrar do vírus do HPV em até dois anos. Quando não ocorre a erradicação, a paciente pode vir a ter complicações, como o câncer de colo de útero, e precisa de acompanhamento médico. Tabagismo e má alimentação facilitam a infecção. A médica afirma que a mulher que toma pílula contraceptiva também acaba se protegendo menos na relação sexual.

Elsa diz ainda que mulheres com mais de 50 anos desenvolvem a infecção com mais facilidade, embora não se saiba exatamente por qual razão isso acontece. Segundo ela, pode ser por causa da imunidade mais baixa da mulher nessa faixa etária ou a busca por parceiros mais jovens. As informações são da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Novo tratamento para anemia rara eleva sobrevida em 90%

Uma mudança no protocolo de tratamento de pessoas com anemia de Fanconi -doença genética rara que impede a produção natural de células sanguíneas de defesa- tem aumentado a sobrevida dos pacientes em até 90%.

A incidência no mundo é de um caso para cada 100 mil nascimentos. A doença começa a se manifestar nos primeiros anos de vida e caracteriza-se por palidez, manchas na pele e má formação congênita. Geralmente, pessoas que têm a doença desenvolvem câncer.

Os resultados da mudança no tratamento, proposta pelo médico Ricardo Pasquini, do Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná) -uma das referências no transplante de medula óssea na América Latina-, e pelo norte-americano Rainer Storb, de um centro hospitalar da Universidade de Seattle, foram apresentados há duas semanas no Congresso Brasileiro de Medula Óssea, realizado em Curitiba.

No início dos estudos, nos anos 1980, o índice de sobrevivência era de apenas 30%. O conhecimento escasso sobre o desenvolvimento da doença era o principal entrave.

Os médicos optavam por um processo quimioterápico comum, mas a maior parte dos pacientes não resistia aos efeitos do tratamento, com altas doses de medicamento.

"A sensibilidade do paciente à quimioterapia convencional era muito alta. Partiu-se então para a redução das doses", diz Carmem Bonfim, coordenadora de transplantes pediátricos de medula óssea do Hospital de Clínicas da UFPR.

Os médicos constataram que a redução em cerca de um quarto do principal remédio usado no tratamento (a ciclofosfamida) foi a responsável por aumentar as chances de sobrevida durante e após a quimioterapia. A aplicação do medicamento passou de 200 miligramas por quilo de peso para 60 miligramas por quilo.

Com resultados positivos na quimioterapia, os pacientes passaram a ter melhores condições de saúde para enfrentar a fase seguinte do tratamento: o transplante de medula óssea.

A medula fabrica as células sanguíneas de defesa do organismo, como glóbulos vermelhos e brancos e plaquetas.

O HC tem, atualmente, 180 pessoas em acompanhamento. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a maior parte dos pacientes do país com a doença é tratada no local.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Novo remédio contra tuberculose começa a chegar a estados na próxima semana

Informação é do coordenador do programa de controle da doença no país.
Novo medicamento reduz número de doses usadas no tratamento.


O coordenador do Programa Nacional de Controle à Tuberculose do Ministério, Draurio Barreira, disse ao G1 nesta quinta-feira (20) que os novos medicamentos contra a doença –com menos doses diárias– devem chegar aos estados até o final da próxima semana. Segundo ele, os pacientes de Rio e São Paulo devem começar a receber os remédios até o começo de setembro e, os do resto do país, até o final do ano.

O novo medicamento é conhecido como Dose Fixa Combinada (DFC), ou “quatro em um”, e seu uso foi anunciado pelo ministro José Gomes Temporão em março. Apenas cinco países do mundo, entre eles o Brasil, não usavam o DFC no combate à tuberculose. Ele aumenta o número de drogas no mesmo comprimido e, por conta disso, diminui a quantidade doses diárias, o que pode estimular os pacientes a continuarem o tratamento até o final.

Atualmente, o tratamento contra tuberculose dura seis meses. O índice de abandono é de 8% e a taxa de cura, 70%. A expectativa é aumentar a cura para 80% e diminuir o abandono para menos de 5%. No Brasil, a doença é quarta causa de mortes por doenças infecciosas e a primeira em pacientes com Aids.

Com o novo remédio, o tempo total de tratamento não se altera, mas menos comprimidos serão necessários. Segundo Barreiro, isso se dá pois os sintomas somem rapidamente e a pessoa acredita que está curada. A interrupção pode tornar a bactéria da doença mais resistente, dificultar e aumentar o tempo que o paciente fica tomando o medicamento.

Nesta quinta, o ministério apresentou para gestores estaduais o DFC e começou a discutir um calendário de distribuição. Rio e São Paulo, por fatores populacionais, serão os primeiros estados que vão fornecer o remédio aos pacientes.

De acordo com o coordenador do programa, o novo remédio, mesmo não sendo fabricado no Brasil, é mais barato que o atual. O tratamento para seis meses utilizado no momento custa R$ 84,55; o novo medicamento vale cerca de US$ 30 (aproximadamente R$ 55).

No país, foram registrados 72 mil novos casos de tuberculose em 2007, e 4,5 mil pessoas morreram em decorrência da doença. As maiores incidências estão nos estados do Rio de Janeiro (73,27 por 100 mil), Amazonas (67,60), Pernambuco (47,79), Pará (45,69) e Ceará (42,12). A Região Centro-Oeste é a que apresenta a menor taxa do país.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

DSTs atingem mais de 10 milhões de brasileiros, diz Ministério da Saúde

18% dos homens e 11,4% das mulheres não procuram tratamento. Pesquisa sobre doenças sexualmente transmissíveis saiu nesta terça-feira.

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (18) pelo Ministério da Saúde mostra que 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como sífilis, HPV, gonorréia e herpes genital. São, no total, 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. Segundo o órgão, 18% dos homens e 11,4% das mulheres não procuram nenhum tipo de tratamento.

As complicações dessas doenças aumentam em 18 vezes o risco de infecção pelo vírus HIV, diz a pesquisa.

De acordo com o ministério, a região Norte tem o maior percentual de homens (24,6%) que tiveram algum tipo de DST. Em outras regiões, diz o órgão, o número não passa de 20%. Quando o recorte é feito por raça, a pesquisa mostra que o total de homens negros (19%) que relataram sintomas é maior do que entre os brancos (13,8%).

A pesquisa ainda mostra que homens têm 31,2% mais chance de ter algum sinal ou sintoma de DST em alguma fase da vida. Manter relação com parceiro do mesmo sexo, de acordo com o ministério, mais do que dobra a possibilidade de ter algum sinal relacionado a doenças sexualmente transmissíveis. De acordo com a diretora do Departamento de DST/Aids do ministério, Mariângela Simão, "provavelmente" o maior número de casos é entre homens, mesmo que não seja possível quantificar.

Os números mostram também que pessoas que já tiveram mais de 10 parceiros na vida têm 65% mais chance de ter algum antecedente relacionado às DSTs.

Segundo Mariângela, apenas 30% das pessoas que procuram o serviço de saúde são orientadas para fazer o teste de HIV, e, no caso da sífilis, esse número cai para 24.

O levantamento, chamado de Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos, foi feito em novembro de 2008 e ouviu 8 mil pessoas. Os dados foram todos coletados por autodeclaração dos ouvidos.

"Estamos falando de doenças que, na maior parte dos casos, têm cura, mas ainda estão fortemente presentes na sociedade", afirmou o ministro José Gomes Temporão.

Automedicação

Segundo o Ministério da Saúde, a automedicação por parte dos homens preocupa. Das mulheres, 99% que tiveram algum sintoma de DSTs procuram primeiro um médico; entre os homens, 25% procuram primeiro uma farmácia.

Para ajudar na prevenção, o ministério lançou nesta terça uma campanha de prevenção às DSTs, voltada especialmente para homens com menor escolaridade. Cantores sertanejos gravaram uma música que será usada no programa e cartazes, folderes e postais serão distribuídos.

A ideia é distribuir esse material inclusive em banheiros de bares e restaurantes, e as pessoas devem ser incentivadas a contar a seus parceiros que têm ou tiveram uma DST. "Para romper essa cadeia de transmissão, a outra pessoa precisa saber", disse Mariângela.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vacina para pneumococo será gratuita a partir de 2010

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou nesta segunda-feira(17) um acordo de cooperação tecnológica com a multinacional GlaxoSmithKline (GSK) que vai permitir a produção da vacina conjugada infantil para pneumococo em escala nacional. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou que a partir do ano que vem a vacina, que previne a meningite bacteriana, a otite média e a pneumonia, será incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI).

"Hoje a vacina é acessível apenas para quem pode pagar cerca de R$ 500 para proteger cada criança no mercado privado e a partir de 2010 ela estará no Sistema Único de Saúde. A expectativa é de que sejam evitados mais de 10 mil óbitos de crianças menores de cinco anos por ano", disse Temporão.

A transferência de tecnologia será feita em quatro etapas e deve durar cerca de dez anos para ser concluída. Temporão disse que na primeira etapa, que se inicia em 2010, serão importadas e distribuídas 13 milhões de doses da vacina por ano, com investimentos de R$ 400 milhões anuais.

Até 2017, segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o Brasil estará produzindo 100% da vacina. "Todas as cerca de três milhões e duzentas mil crianças que nascem por ano serão imunizadas. Isso é muito importante, pois vai antecipar a meta do Milênio com a qual o Brasil está comprometido sobre a redução da mortalidade infantil". A nova vacina será a mais completa do país para esse tipo de imunização, porque engloba dez tipos diferentes da bactéria pneumocócica, enquanto a vacina disponível no mercado inclui apenas sete sorotipos.

O acordo público-privado prevê também uma parceria inédita no país, voltada ao desenvolvimento tecnológico de vacinas para a dengue, a malária e o aperfeiçoamento da vacina da febre amarela que já é produzida hoje pela a Fiocruz, porém com tecnologia antiga e onerosa, segundo Gadelha.

Para essa parceria, a GSK investirá R$ 92,5 milhões. Os valores da contrapartida brasileira ainda estão sendo estudados, segundo a Fiocruz. Os resultados das pesquisas devem ser obtidos nos próximo dez anos e terão patente compartilhada entre a Fiocruz e a GSK.

domingo, 16 de agosto de 2009

Risco de trombose pode aumentar com alguns anticoncepcionais

As mulheres precisam ter cuidado com o uso de pílulas anticoncepcionais, pois a maioria delas não utiliza medicamentos seguros e acaba escolhendo marcas com alta composição, aumentando o risco de sofrer tromboses, apesar de a incidência absoluta desta continuar sendo baixa.

De acordo com dois estudos realizados pela Clínica Ginecológica de Rigshospitalet, em Copenhague, e outro pelo Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda, os efeitos de diferentes pílulas anticoncepcionais, em dez milhões de mulheres entre 1995 e 2005, fizeram com que 4,213 desenvolvessem tromboses venosas.

“As mulheres, antes de iniciar o uso da pílula, devem consultar um ginecologista para obter mais informações sobre a medicação mais indicada”, ressalta a fisioterapeuta e tutora do Portal Educação, Tatiana Leme.

As pílulas mais seguras, segundo o estudo, são aquelas que contêm Levonorgestrel combinado com uma pequena dose de estrogênio. Foi constatado que os medicamentos contraceptivos orais que continham unicamente progesterona como o DIU, não estiveram associados a nenhum aumento do risco de trombose venosa.

sábado, 15 de agosto de 2009

Riscos e Benefícios da Terapia Hormonal quando ela é iniciada logo após a menopausa

14 de agosto de 2009 (Bibliomed). Diversas dúvidas existem ainda acerca da terapia de reposição hormonal na pós-menopausa. Pesquisadores americanos avaliaram os resultados do estudo Women's Health Initiative que testou os riscos e benefícios do uso de estrogênios eqüinos conjugados, com ou sem acetato de medroxiprogesterona em mulheres logo após a menopausa.

O índice de lesão para câncer de mama e para câncer em geral foi comparativamente maior em mulheres que iniciaram a terapia hormonal logo após a menopausa em ambos os grupos. O uso de estrogênio eqüino conjugado aumentou o número de acidentes vasculares encefálicos (AVEs, ou derrames cerebrais) e tromboembolismo venoso, e reduziu as fraturas de quadril. Os resultados do uso de estrogênio associado a progestínico em mulheres logo após a menopausa foram semelhantes para tromboembolismo venoso, AVE e fratura de quadril, porém, apresentaram aumento tardio nos casos de câncer de mama e câncer em geral.

Esta análise dá um pequeno suporte para a hipótese de que há benefícios em relação à doença coronária e à saúde em geral considerando-se os índices de risco para mulheres que iniciaram a terapia hormonal logo após a menopausa.

Fonte: American Journal of Epidemiology. Volume 170, Number 1, 2009. Pages 12-23

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Câncer de colo uterino é o segundo mais comum no Brasil

O câncer do colo do útero, o segundo tipo de tumor mais frequente entre mulheres, é responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil pacientes por ano no Brasil. Tumores ginecológicos são a denominação genérica que se dá ao câncer de colo uterino, câncer de corpo uterino e câncer de ovário.

A incidência de câncer do colo do útero predomina na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir um pico geralmente na faixa etária entre 45 e 49 anos.

São vários os fatores de risco para esse tipo de câncer. Entre os mais comuns estão: início precoce da atividade sexual; multiplicidade de parceiros sexuais; higiene íntima inadequada; uso prolongado de contraceptivos orais; tabagismo; e, mais recentemente, o vírus do papiloma humano (HPV).

Nas fases iniciais de incidência não há sintomas específicos, e apenas o exame de Papanicolau é capaz de indicar a presença da doença. Em outras fases podem aparecer sintomas como sangramento vaginal ou pequenos sangramentos entre a menstruação; menstruações mais longas e volumosas que o normal; sangramento vaginal após a menopausa; sangramento vaginal após relações sexuais; corrimento vaginal; dor abdominal inferior.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Quase metade dos medicamentos é usada irracionalmente em todo o mundo

Hoje há mais de 20 mil remédios disponíveis no mercado.
Fenômeno é uma das 6 principais causas de morte nos EUA.


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, a agência de saúde pública das Nações Unidas), quase metade dos medicamentos consumidos no mundo está sendo utilizada de maneira irracional. Essa é a conclusão a que chegaram os especialistas da entidade após coleta e análise de dados sobre a utilização e a disponibilidade dos remédios globalmente.

Os exemplos de utilização inadequada são vários: “supertratamento” de doenças simples, mau uso dos antibióticos, automedicação, tratamentos incompletos ou tratamento incorreto de doenças sérias. Importante lembrar que esses fatos ocorrem em todos os países e não só nos menos desenvolvidos.

Atualmente existem mais de 20 mil medicamentos diferentes disponíveis e com apenas 316 a humanidade poderia tratar as doenças mais importantes, entre as quais as enfermidades crônicas.

Os dados são impressionantes:

Em torno de 50% dos antibióticos utilizados no mundo são subutilizados ou utilizados sem indicação.

Nos Estados Unidos os efeitos adversos decorrentes do uso inadequado de medicamentos é uma das seis causas mais importantes de morte.

A utilização errada dos antibióticos está levando à criação de bactérias resistentes e já tornou, por exemplo, o protozoário causador da malária resistente a cloroquina (medicamento padrão de tratamento) em 80 países. A penicilina não é mais capaz de curar a gonorréia em 98% dos casos.

Nos dias de hoje a discussão sobre o surgimento de formas resistentes do vírus influenza A (H1N1) aponta para o uso irracional do antiviral como a causa dos primeiros casos de resistência já identificados.

A tuberculose é outra doença que, depois de ressurgir há pouco mais de 2 décadas com a epidemia de HIV/Aids, vem mostrando formas resistentes que desafiam a medicina, frutos da utilização incompleta do tratamento.

O tema por si só é importante, porém quando lembramos que estão em jogo o sofrimento de pessoas e o uso de recursos financeiros escassos para a saúde, o uso irracional de remédios torna-se problema de saúde pública e deveria ser amplamente discutido pela sociedade.

domingo, 9 de agosto de 2009

Estima-se que 90% dos brasileiros desconhecem os sintomas do derrame cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente vascular encefálico , conhecido popularmente como derrame cerebral, é uma doença caracterizada pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do cérebro. Ocorre quando o sangue que supre o cérebro com oxigênio e glicose, deixa de atingir uma região cerebral, ocasionando uma perda aguda dos neurônios.

É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia (obstrução arterial) ou hemorragia (rompimento arterial).O primeiro caso refere-se ao AVC isquêmico (cerca de 80% do total) e, o segundo, ao AVC hemorrágico.

O estudo EMMA é um projeto de vigilância epidemiológica com seguimentos de casos fatais e não fatais de AVC, atendidos em unidade hospitalar (Hospital Universitário) e advindos da comunidade moradora da região oeste da cidade de São Paulo. O AVC é a principal causa de morte isolada no Brasil.Estima-se que cerca de 90% dos brasileiros não possuem informações sobre o AVC, e a maioria chega ao hospital quando a situação já está grave.

Em sua primeira etapa, o estudo EMMA obteve os seguintes resultados em relação as vítimas de um AVC:

-Cerca de 80% das mulheres são hipertensas, sendo que essa proporção diminui para 71% entre os homens;

-Embora o AVC seja mais comum em homens, o risco de morte é maior entre as mulheres;

-Cerca da metada das vítimas de um AVC possuem apenas o estudo fundamental incompleto;

-Entre os homens, cerca de 1/3 fuma e 1/4 bebe;

-Mais de 20% são diabéticos.

Sinais e sintomas sugestivos de um AVC :

-Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente.

-Dormência nos braços e nas pernas .

-Dificuldade de falar e perda de equilíbrio .

-Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado esquerdo ou direito do corpo.

-Alteração súbita da sensibilidade, com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo.

-Perda súbita de visão em um olho ou nos dois .

-Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar palavras ou para compreender a linguagem .

-Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos A busca de socorro imediato é vital .

Fonte: estudo EMMA(2009).

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Jalecos e uniformes podem transmitir doenças se não forem higienizados e armazenados de maneira adequada.

Uniformes e jalecos de profissionais que lidam com substâncias nocivas, se forem transportados e higienizados de maneira inadequada, podem ser foco de contaminação e facilitar a transmissão de doenças. O alerta é do Sindilav (Sindicatos de lavanderias e similares do municipio de São Paulo e região), que reúne 3,6 mil empresas de um dos mais importantes setores do país. A entidade luta para estender a todo o País uma lei - em vigor apenas no Estado de São Paulo - que obriga a lavagem profissional de uniformes.
Os diretores do Sindilav, Edson Di Nardi e Rui Sérgio Torres, estiveram recentemente em Brasilia visitando formalmente a Câmara Federal como representantes da entidade. Eles conversaram com deputados de diversos Estados e partidos. O objetivo é ampliar a abrangência da lei estudal que vigora em São Paulo e que obrigam empresas que operam com substâncias nocivas e providenciar a lavagem adequada de jalecos e uniformes profissionais. De acordo com Di Nardi, a lei abrange, além da indústria química e metalúrgica, empresas hospitalares e de limpezas.
A Lei Estadual (SP) nº 12.254, de fevereiro de 2006, tem uma longa história. Advém de projeto originalmente apresentado em 2003, pelo deputado José Zico Prado, da bancada do PT. Prevê que empresas que utilizem produtos nocivos à saúde do trabalhador e ao meio ambiente sejam responsáveis pela lavagem dos uniformes dos seus empregados. "Porém, como até hoje não foi regulamentada de maneira a punir ou multar seus infratores, nao é devidamente fiscalizada nem obedecida", salienta Di Nardi.
Inspirado nesta Lei e com texto praticamente idêntico, o deputado federal Drº Rosinha (PT-PR) encaminhou o Projeto de Lei nº24/2007 para votação. Segundo Di Nardi, o projeto já foi aprovado em todas as Comissões da Câmara e está pronto para ser votado em plenário, provavelmente em agosto. "Em contatos com parlamentares da situação e da oposição, notamos empenho geral em apoiar e votar a favor do projeto, já que lida diretamente com a saúde, o bem-estar social e o meio ambiente", comenta ao ressaltar que "uma gota de óleo contamina mais de 20 litros de água".

Riscos de contaminação

A justificativa apresentada pelo parlamentar repetiu a do deputado José Zico e ressalta, entre outros aspectos: "Algumas das grandes empresas do Estado de São Paulo já tem como política a lavagem e manutenção dos uniformes dos seus empregados. Entretanto, ainda é grande o número de empresas que transferem essas tarefas aos seus empregados, obrigados a cuidar em casa da limpeza dos uniformes usados nos trabalhos. A lavagem doméstica dos uniformes, além de onerar o trabalhador com a aquisição do produtos de limpeza, pode provocar a contaminação de sua familia e da rede coletora de água e esgoto".
Em seu voto, a deputada federal Ângela Portela (PT-RR), relatora do projeto na Comissão de Seguridade Social e Familia da Câmara, ressaltou: "A questao principal é de caracterizar a responsabilidade da empresa na lavagem do material, assim como ocorre na destinação do lixo, dos residuos industriais, etc. A medidade é de fundamental importância para a proteção de saúde coletiva e dos trabalhadores, merecendo nosso apoio".
O principal diferencial do projeto federal para a Lei Estadual em vigor é a emenda que estabele em R$500,00 por trabalhador a aplicação de multa às empresas que deixarem de providenciar a lavagem dos uniformes. Para Di Nardi, esse item deve tornar maioria o número de empresas cumpridoras da legislação.
A exemplo da Lei Estadual, o projeto prevê que as empresas optem entre realizar diretamente a lavagem dos uniformes ou contratar serviços de terceiros. "No caso de a lavagem ser feita pela própria empresa", lembra Di Nardi, "ela terá de tratar os residuos e a água, com a finalidade de nao poluir o meio ambiente. Como as lavanderiais já fazem esse trabalho, as empresas terão economia considerável se optarem pela segunda alternativa. Além disso, tecido lavados em lavanderias especializadas duram muito mais".
O Diretor Administrativo do Sindilav chama a atenção, também, para o mau hábito de trabalhadores da área de saúde, química e de limpeza, entre outros setores, de se deslocar fora do ambiente de trabalho usando o uniforme: "Isso expõe toda a população ao risco de contaminação, mas é uma questao de educação que deve ser transmitida em campanhas governamentais e privadas, além dos alertas já divulgados em veículos de comunicação. Será o próximo passo depois da aprovação da lei em nivel federal".

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

20% das crianças até 5 anos internadas perdem peso em sete dias

Um quinto das crianças com menos de cinco anos internadas em hospitais ligados a universidades perdem peso em sete dias. Isso é o que revela o primeiro estudo brasileiro sobre a prevalência de desnutrição infantil nessas instituições.

O estudo, conduzido por um grupo de trabalho que incluiu profissionais de várias instituições, como a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Pan-Americana da Saúde, foi publicado na última edição do "Jornal de Pediatria".

Encerrada em 2007, a pesquisa avaliou dez hospitais universitários em nove capitais. Foram incluídas todas as crianças admitidas nas instituições durante três meses, totalizando quase mil pacientes.

"Esses dados ainda refletem a realidade, pois não houve ações específicas para corrigir o problema e não há motivos para achar que algo mudou", diz Roseli Sarni, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Pediatria, uma das autoras do trabalho.

Os pesquisadores constataram que 20% das crianças perderam mais do que 2% do peso corporal durante uma semana no hospital. "Esse valor é extremamente preocupante e pode colocá-las em risco nutricional", afirma Sarni.

A chance de perder peso durante uma internação é grande, pois o paciente já chega debilitado pela doença, muitas vezes tem falta de apetite e precisa ficar em jejum para passar por exames e procedimentos.

"Não deveria haver perda de peso e esse é o foco de nosso trabalho", explica José Spolidoro, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral. Para evitar o problema, há vários recursos, como terapia via oral, com suplementos especiais, ou até, em alguns casos, nutrição por sonda.

"Muitas vezes os médicos ficam focados em tratar a doença e se esquecem da questão nutricional", diz Spolidoro.

Embora todos os hospitais tenham equipes de terapia nutricional, apenas 7% dos pacientes foram submetidos à terapia adequada, seguindo padrões preconizados pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde. Normalmente, cerca de 20% dos pacientes internados precisam desse tipo de intervenção.

"Não há educação dos profissionais de saúde para esse diagnóstico nem acompanhamento", diz o nutrólogo Celso Cukier, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, que coordena equipes de terapia nutricional em hospitais como São Luiz, Hospital do Coração e Dante Pazzanese, em São Paulo.

Uma das causas da má nutrição nos hospitais pesquisados foi o uso de leite de vaca integral em bebês, em substituição às fórmulas ou ao leite materno: 36% dos menores de seis meses e 67,8% das crianças entre seis e 12 meses ingeriam esse alimento, inadequado para essa faixa etária por conter proteínas e sódio que podem levar à desidratação.

Falta de diagnóstico


Outro problema constatado pela pesquisa foi que poucos hospitais avaliaram, de forma rotineira, peso e estatura das crianças admitidas. Apenas 56,7% delas tinham classificação do estado nutricional registrada em prontuário.

A avaliação dos pesquisadores constatou que 16,3% das crianças monitoradas chegou com desnutrição moderada ou grave ao hospital. No entanto, nenhuma delas foi internada por causa da desnutrição. A maioria procurou o serviço com pneumonia ou diarreia.

Segundo Sarni, falta treinamento dos profissionais, tanto dos médicos como das equipes de nutrição, e, em alguns casos, até mesmo equipamentos básicos como réguas e balanças.

O Ministério da Saúde não se manifestou até o fechamento desta edição.

domingo, 2 de agosto de 2009

Descoberto novo tipo de vírus HIV em mulher africana

Um novo tipo de vírus da Aids foi descoberto em uma mulher de Camarões, país da África. Segundo a pesquisa, divulgada pelo jornal “Nature Medicine”, o vírus se difere dos três já conhecidos e parece estar relacionado a uma versão símia do vírus recentemente descoberta em gorilas selvagens.

Para os pesquisadores, a descoberta ressalta a necessidade de verificar mais de perto as novas variantes do vírus HIV, especialmente na parte do centro-oeste da África. Jean-Christophe Plantier, da Universidade de Rouen, na França, liderou a pesquisa.

Os três tipos de vírus já conhecidos são relacionados a uma versão símia do vírus que ocorre em chimpanzés.

A explicação mais plausível, segundo os pesquisadores, para a nova descoberta é que o vírus foi transmitido do gorila para o ser humano.

Mas eles não descartam as possibilidades de que o novo tipo de vírus começou em chimpanzés e foi transmitido para os gorilas e então para os humanos, ou diretamente dos chimpanzés para os gorilas e humanos.

A paciente, de 62 anos, foi diagnosticada como HIV positiva em 2004, logo depois de se mudar dos Camarões para Paris. Ela morava perto de Yaounde, capital dos Camarões. No entanto, ela disse que não teve contato com macacos nem com carne de animais selvagens de países tropicais.

Entretanto, a mulher não apresenta sintomas da Aids e está sem tratamento, embora ela carregue o vírus, segundo os pesquisadores.

De acordo com a pesquisa, o virus pode estar circulando tanto em Camarões como em outros lugares, pois a rápida multiplicação do vírus indica que ele já está adaptado às células do ser humano.

Ainda de acordo com a “Nature Medicine”, portadores de herpes genital têm maior risco de contrair o virus da Aids até mesmo após a pele não estar mais infectada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Amamentação pode salvar 1,3 milhão de crianças por ano, diz OMS

Ensinar novas mães a amamentarem poderia salvar 1,3 milhão de crianças por ano, mas muitas mulheres não recebem ajuda e desistem, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (31).

Menos de 40% das mães do mundo permitem que seus filhos só se alimentem com leite materno nos seis primeiros meses de vida, conforme recomenda a OMS. Muitas abandonam o aleitamento porque não sabem como fazer o bebê agarrar o seio, ou sentem dor e desconforto.

"Quando se trata de fazer na prática, elas não têm apoio", disse a especialista da OMS Constanza Vallenas a jornalistas em Genebra, onde fica a sede da agência da ONU.

O problema, segundo ela, ocorre em países ricos e pobres, e precisa ser combatido a partir de hospitais, clínicas e centros comunitários.

A OMS alertou também para a necessidade de conscientizar as grávidas quanto à sua vulnerabilidade às gripes comum e H1N. A agência defendeu que as grávidas tenham prioridade para receber antivirais como o Tamiflu, especialmente nas primeiras 48 horas a partir do aparecimento de sintomas gripais.

"As grávidas, quando ficam gripadas, estão em risco e devem ir ao médico", disse a porta-voz Aphaluck Bhatiasevi. "É realmente essencial para as grávidas buscarem medicação."

Especialistas em saúde dos EUA dizem que as grávidas também deveriam ser as primeiras a serem vacinadas contra o vírus H1N1, dito "da gripe suína", e que pessoas que cuidam de bebês deveriam vir em segundo lugar.

A OMS recomenda que os bebês comecem a mamar no peito uma hora depois de nascerem, e que consumam apenas o leite materno durante seis meses --o que exclui água, sucos ou alimentos sólidos.

A amamentação dá à criança nutrientes vitais, além de reforçar seu sistema imunológico, prevenindo contra doenças como diarreia e pneumonia. O leite em pó não fornece a mesma imunidade, e a água das torneiras em muitos lugares do mundo vem contaminada.

Vallenas disse que, se o índice de aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida chegasse a 90%, seria possível evitar cerca de 13% das 10 milhões de mortes anuais de crianças menores de cinco anos.

Em nota divulgada a propósito da Semana Mundial da Amamentação, de 1º a 7 de agosto, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse ser importante dar apoio para que mães em zonas de desastres continuem ou recomecem o aleitamento.

"Durante emergências, doações não-solicitadas ou descontroladas de substitutos do leite materno podem prejudicar a amamentação", informa.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Uso de analgésico eleva risco de hipertensão

O uso de analgésicos não narcóticos (como aspirina e ibuprofeno) pelo menos uma vez por semana foi relacionado a 17% dos casos de desenvolvimento de hipertensão em um grupo de mulheres americanas.

Os resultados são de um levantamento com mais de 83 mil voluntárias de 27 a 44 anos que avaliou como o consumo desses medicamentos e outros cinco hábitos modificáveis estavam relacionados à doença.

As mulheres foram acompanhadas por 14 anos por pesquisadores de Harvard, e o estudo foi publicado na última edição do "Jama". As participantes não apresentavam pressão alta, diabetes nem doenças cardiovasculares no início da pesquisa. Foram ajustados outros fatores de risco, como histórico familiar, idade, tabagismo e uso de pílulas anticoncepcionais.

Para a pesquisa, foram associados à prevenção de pressão alta os seguintes itens: IMC (índice de massa corpórea) menor do que 25 kg/m³, alta adesão à dieta Dash (da sigla em inglês Dietary Approaches to Stop Hypertension), 30 minutos diários de atividade física, consumo moderado de álcool (até uma dose diária) e suplementação com ácido fólico, além da baixa ingestão de analgésicos.

No período estudado, 12.319 mulheres desenvolveram hipertensão -78% desses casos teriam sido evitados se elas seguissem os seis hábitos.

A obesidade foi o fator de maior risco: as obesas apresentaram 4,7 mais risco de sofrer de pressão alta do que aquelas com IMC menor que 23 kg/m³. Entre as mulheres com hipertensão, 40% delas poderiam ter evitado a doença se não tivessem sobrepeso. "O estudo destaca a importância dos fatores modificáveis na prevenção", afirma o cardiologista Marcus Malachias, diretor clínico do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais.

Dos seis fatores avaliados, o uso de analgésicos é ainda o menos relacionado ao problema. Os mecanismos não são claros, mas pesquisas recentes têm apontado uma associação entre esse tipo de medicamento e um maior risco de hipertensão. "Alguns estudos sugerem que esses remédios possam levar a lesões renais em pessoas com alguma predisposição", explica Malachias.

Os rins estão envolvidos nos mecanismos de regulagem da pressão arterial, como a eliminação de sódio pelo organismo. Se essa função é prejudicada, pode haver um desajuste nos níveis da pressão.

Controvérsia


Para Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, a relação dos analgésicos com a doença vascular ainda é controversa. "Alguns estudos associam esses medicamentos a hipertensão, outros, não. Ainda não é possível chegar à conclusão de que o uso deve ser limitado", afirma.

No entanto, já se conhece uma possível relação entre o uso de analgésicos e a resistência de alguns hipertensos, que não conseguem fazer um controle adequado da pressão arterial com o uso de remédios.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Risco de câncer cai à metade com 30 minutos de exercícios ao dia, diz estudo

Universidades finlandesas avaliaram homens de 42 a 61 anos de idade.
Trabalho foi publicado no 'British Journal of Sports Medicine'.


Correr, nadar, pedalar ou jogar bola por pelo menos 30 minutos ao dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz à metade o risco de câncer, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (27) pelo "British Journal of Sports Medicine".

A pesquisa indica que, quando uma pessoa pratica esportes de média ou alta intensidade, o consumo de oxigênio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o câncer.
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Pesquisa acompanhou por 17 anos hábitos de mais de 2,5 mil esportistas
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Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2,5 mil homens adeptos de práticas esportivas e que tinham de 42 a 61 anos de idade.

Do total dos participantes do estudo, 181 morreram em decorrência de algum tipo de câncer. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e nos nódulos linfáticos.

Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos esportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigênio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo.

Foi constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigênio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente.

Em média, a quantidade de oxigênio consumida por todos os voluntários em seus exercícios era de 4,5 MET. Por dia, eles dedicavam 66 minutos, em média, a atividades físicas. Vinte e sete porcento não dedicavam nem meia hora de seu dia à prática de esportes.

Com esses dados em mãos, os pesquisadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigênio consumida durante exercícios reduz os riscos de câncer, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal.

Durante o trabalho, os cientistas avaliaram outros fatores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corpórea de cada um.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

20 minutos de exercícios, 12 horas de bem-estar

Uma simples caminhada ou um passeio de bicicleta no parque são capazes de promover bom humor em grande parte do dia, revela uma nova pesquisa. A razão é química. Aprenda a desfrutar desse benefício

A boa fama das endorfinas, substâncias por trás daquele barato natural que dá as caras logo depois da prática esportiva, dura mais do que alguns minutos, como se pensava até poucos dias atrás. Pesquisadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, acabam de comprovar que a euforia saudável proporcionada por essas moléculas despejadas no cérebro durante a atividade física perdura até 12 horas, garantindo muita disposição.

Os cientistas americanos dividiram 48 indivíduos em dois grupos: metade faria exercícios e o restante permaneceria sedentário. Antes de iniciarem os testes, os participantes responderam a questionários sobre sua disposição mental. Em seguida, os integrantes do grupo da atividade física pedalaram por 20 minutos em intensidade moderada. Por fim, para avaliar o estado de espírito de todos os voluntários, os cientistas pediram a eles que respondessem às mesmas questões uma, duas, quatro, oito, 12 e 24 horas após o experimento.

“Notamos que os distúrbios de humor diminuíram significativamente nas pessoas que pedalaram. Esse efeito foi observado imediatamente após a atividade e persistiu por 12 horas”, revela a SAÚDE! o autor do estudo, Jeremy Sibold. “Embora haja evidências de que os níveis de endorfina caiam rapidamente na circulação, acreditamos que seu tempo de atuação na massa cinzenta seja suficiente para anular o estresse e o cansaço por um tempo muito maior.” Aí, com o ânimo recobrado, a pessoa se sente numa boa, até que o bombardeio do dia a dia volte a sobrecarregá- la. Assim, o ideal seria repetir no dia seguinte mais uma sessão breve — e eficaz — de exercício.

O fato é que bastam 20 minutos de treino aeróbico para que seu corpo produza essas aliadas do bem-estar. “Em casos de transtornos como ansiedade e depressão, a atividade física é prescrita como parte do tratamento”, confirma o especialista em psicofisiologia Luiz Scipião, do Rio de Janeiro. “E, além de combater a tristeza e o desânimo, as endorfinas ainda aumentam a resistência física e mental, fortalecem a memória e o sistema imunológico”, completa.

Classificadas como neuro-hormônios, as endorfinas conduzem impulsos elétricos entre os neurônios, as células cerebrais, proporcionando uma sensação de conforto contínua. Mas, para obter esse benefício, é preciso fazer por onde. “Garantir uma produção estável e equilibrada exige um padrão de atividade física regular”, diz Scipião. Programas de relaxamento como ioga, pilates, alongamentos e tai chi dão um auxílio extra para a secreção dessas substâncias. “Tudo isso induz o cérebro a modular seus processos químicos”, explica o professor de educação física Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física, no Rio de Janeiro.

Dormir bem também é fundamental para que a massa cinzenta encontre paz e equilíbrio. “Há indícios científicos de que um sono de qualidade associado à prática esportiva potencialize a liberação de endorfinas”, diz o médico do esporte Victor Matsudo, coordenador do Programa Agita São Paulo, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Lance mão dessa dupla e aproveite.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bebês não-amamentados são mais propensos ao sobrepeso pelo excesso de alimentação

16 de julho de 2009 (Bibliomed). Muitas mães que alimentam seus bebês com mamadeira não têm conhecimento sobre como fazê-lo adequadamente, o que pode levar ao excesso de alimentação e a bebês muito pesados, segundo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. De acordo com os autores, esses bebês são mais propensos ao sobrepeso do que aqueles alimentados exclusivamente com leite materno.

Para avaliar por que as crianças que tomam mamadeira tendem a ser mais pesadas, os especialistas revisaram 23 estudos que incluíam mais de 13,2 mil pessoas. E descobriram que a maioria das mães que não amamentava o filho sentia "culpa, raiva, preocupação, incerteza e um sentimento de fracasso".

As análises indicaram também que as mães têm poucas informações sobre a fórmula láctea adequada para o bebê e a maioria comete erros no preparo. Um exemplo é o fato de muitas colocarem o pó da fórmula láctea na mamadeira antes da água, o que pode deixar a bebida muito concentrada e com mais calorias do que o pretendido. Outros problemas identificados entre as mães americanas foi o de não usarem água fervida para preparar a fórmula, e de colocarem a quantidade de colheres de pó recomendadas, mas muito cheias.

De acordo com os autores, devido ao grande destaque dado ao aleitamento materno, muitos profissionais de saúde se esquecem de dar as informações aos novos pais sobre o preparo da mamadeira. Em um dos estudos avaliados, por exemplo, apenas 21% das mães haviam sido instruídas nesse sentido.

Outro fator destacado foi o fato de muitos pais trocarem constantemente as marcas das fórmulas, preocupados com a possibilidade de o bebê ter intolerância a determinada marca pelo fato de regurgitar o leite. Os autores explicam que a maioria das fórmulas é feita à base de leite de vaca ou soja, e que essa regurgitação pode ser mais sinal de excesso de alimentação.

"A superalimentação é, na verdade, mais de um risco com o uso de mamadeira, porque os pais têm mais controle do que os bebês em relação à quantidade de leite que a criança toma, o que não é o caso com a amamentação", explicam os autores. "Os pais podem evitar a superalimentação prestando atenção às dicas da criança, não dando ao bebê mais do que a quantidade recomendada da fórmula, e não assumindo que toda vez que o bebê chora ele precisa de uma mamadeira", finalizam.