Ensinar novas mães a amamentarem poderia salvar 1,3 milhão de crianças por ano, mas muitas mulheres não recebem ajuda e desistem, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (31).
Menos de 40% das mães do mundo permitem que seus filhos só se alimentem com leite materno nos seis primeiros meses de vida, conforme recomenda a OMS. Muitas abandonam o aleitamento porque não sabem como fazer o bebê agarrar o seio, ou sentem dor e desconforto.
"Quando se trata de fazer na prática, elas não têm apoio", disse a especialista da OMS Constanza Vallenas a jornalistas em Genebra, onde fica a sede da agência da ONU.
O problema, segundo ela, ocorre em países ricos e pobres, e precisa ser combatido a partir de hospitais, clínicas e centros comunitários.
A OMS alertou também para a necessidade de conscientizar as grávidas quanto à sua vulnerabilidade às gripes comum e H1N. A agência defendeu que as grávidas tenham prioridade para receber antivirais como o Tamiflu, especialmente nas primeiras 48 horas a partir do aparecimento de sintomas gripais.
"As grávidas, quando ficam gripadas, estão em risco e devem ir ao médico", disse a porta-voz Aphaluck Bhatiasevi. "É realmente essencial para as grávidas buscarem medicação."
Especialistas em saúde dos EUA dizem que as grávidas também deveriam ser as primeiras a serem vacinadas contra o vírus H1N1, dito "da gripe suína", e que pessoas que cuidam de bebês deveriam vir em segundo lugar.
A OMS recomenda que os bebês comecem a mamar no peito uma hora depois de nascerem, e que consumam apenas o leite materno durante seis meses --o que exclui água, sucos ou alimentos sólidos.
A amamentação dá à criança nutrientes vitais, além de reforçar seu sistema imunológico, prevenindo contra doenças como diarreia e pneumonia. O leite em pó não fornece a mesma imunidade, e a água das torneiras em muitos lugares do mundo vem contaminada.
Vallenas disse que, se o índice de aleitamento materno nos seis primeiros meses de vida chegasse a 90%, seria possível evitar cerca de 13% das 10 milhões de mortes anuais de crianças menores de cinco anos.
Em nota divulgada a propósito da Semana Mundial da Amamentação, de 1º a 7 de agosto, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse ser importante dar apoio para que mães em zonas de desastres continuem ou recomecem o aleitamento.
"Durante emergências, doações não-solicitadas ou descontroladas de substitutos do leite materno podem prejudicar a amamentação", informa.
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