Uma doença silenciosa, irreversível, progressiva e que em seu estágio inicial não possui sintomas aparentes, como dor ou outra manifestação do organismo. Assim age a doença renal crônica, que tem índice de mortalidade semelhante ao de cânceres de próstata e de colo de útero.
No mundo, estima-se que haja 500 milhões de pessoas afetadas --em países como EUA, Austrália, Japão, o índice pode chegar a 11% da população.
No Brasil, de acordo com o Datafolha, apenas três em cada dez brasileiros já fizeram exames de avaliação das funções renais.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que mais de 2 milhões de brasileiros sofram de doença renal crônica, sendo que a maioria nem sequer sabe da doença.
A progressão da falência dos rins é quase imperceptível, sem qualquer tipo de dor ou de outro sintoma de fácil identificação.
Quando eles surgem, geralmente os rins estão danificados ao extremo --algo que, em casos mais graves, exige o tratamento por meio de diálise, processo artificial que substitui a filtração dos rins.
A doença renal crônica ocorre quando os rins perdem a capacidade, parcial ou total, das funções. Eles são o filtro de toxinas na forma de creatinina e de excesso de água no organismo, que são levados à bexiga para excreção por meio da urina. Cerca de 150 litros de líquido são filtrados, diariamente, pelo aparelho renal, dos quais 148 litros são reabsorvidos.
Além disso, o órgão também trabalha no equilíbrio de eletrólitos (como o potássio, o cloro e o sódio), importantes reguladores das funções celulares. Os rins também são produtores de hormônios que controlam a produção de hemácias (glóbulos vermelhos) e mantêm os níveis normais de cálcio nos ossos e no sangue.
"É uma doença que mata tanto quanto o câncer de próstata e o de colo de útero", ressalta Hugo Abensur, nefrologista e professor da Faculdade de Medicina da USP. "A mortalidade bruta é de 14,3% nos casos de doença renal crônica." A melhor forma de prevenção da doença, segundo o especialista, é a ingestão constante de água e a prática de exercícios físicos.
Diabetes e Hipertensão
A doença renal crônica está relacionada a problemas de saúde precedentes ou a um defeito congênito. As enfermidades associadas mais comuns são a inflamação e lesão dos néfrons (unidades funcionais dos rins, que são milhares em cada órgão), diabetes e hipertensão.
"Na hipertensão, a pressão sanguínea danifica artérias e capilares, o que faz com que os vasos sanguíneos, inclusive os dos rins, percam a flexibilidade", explica Abensur. "A diabetes, por sua vez, impede absorção de açúcar, e o acúmulo de glicose no sangue faz com que vasos de todo o corpo sejam lesionados, principalmente os vasos dos rins."
Entre os casos de doença crônica dos rins, 54% dos pacientes apresentavam diabetes, 20% hipertensão e 10% possuíam inflamação renal, segundo dados do professor da USP.
Outros fatores que exigem cuidados, segundo Abensur, são o histórico de doenças cardiovasculares e a obesidade.
"Sabemos que o excesso de peso é um problema para a humanidade. Para a prevenção de doença crônica nos rins, o controle da alimentação é fundamental."
De: MARINA LANG
enviada especial da Folha Online ao Rio
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